Fluminense 0 x 1 Flamengo (por Paulo Tibúrcio)

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JOGAR COM ALMA

O futebol mudou em muitos aspectos, mas certos ritos precisam ser respeitados e este elenco precisa aprender isto de uma vez por todas. Fla-Flu é um jogo diferente. Abel sabe disto. Do elenco atual poucos tiveram esta vivência, talvez Gum ou Cavalieri. Deveria ser matéria obrigatória a ser ensinada nas categorias de base. Nossos jovens jogadores oriundos de lá já deveriam ter isto no sangue.

E nem se trata de falta de provas científicas. No último Fla-Flu do Campeonato Brasileiro, a tese se comprovou na prática. Um time focado, aguerrido, aplicado em campo. Todos os tricolores esperavam que se entrasse hoje com este mesmo espírito. O que não ocorreu

Em um jogo comum, faz-se necessário jogadores com qualidade, entrosamento da equipe, um esquema tático eficiente. No Fla-Flu, tudo isto ainda se faz necessário. Porém, mais importante é o ingrediente principal. É preciso jogar com alma.

A alma é aquilo que nos faz transcender em qualquer atividade humana, é o que nos eleva aos desuses. No futebol não é diferente, temos os nossos regentes no Olimpo. E os deuses do futebol adoram e cultuam este clássico. Podem acreditar, ao ouvir os rumores de um Fla-Flu, seja uma simples disputa ou a decisão de um campeonato, banquetes são abandonados, a ambrosia é deixada de lado. Todas divinas criaturas querem acompanhar a peleja. Tomam partido, elegem seus preferidos. E não raro, interferem no destino da partida. Mas é preciso se fazer merecer.

Desta vez, o Fluminense não fez por merecer. O Flamengo, por outro lado, entendeu o que estava em jogo. Mostraram um futebol aplicado e consciente. Não foram superiores tecnicamente em nenhum momento, mas jogaram com alma. Logo no primeiro tempo, definiram a partida. Nosso meio de campo, desatento, não acompanhou a descida de Willian Arão que chutou cruzado. Cavalieri tenta desviar, mas não foi o suficiente. Everton marca o primeiro e único gol da partida. Era lance para acordar o time tricolor, o que não aconteceu. O Flu jogava cadenciado e pouco ameaçou a meta Rubro-Negra, com exceção de boa jogada de Marcos Júnior para Dourado que chutou de forma desequilibrada, facilitando a defesa do goleiro adversário.

No segundo tempo, o Fluminense voltou melhor, porém não emplacou o suficiente para agradar a plateia celestial. A insatisfação olímpica com a nossa falta de vontade era tanta que nós, tantas vezes salvos nos derradeiros minutos de várias partidas, fomos castigados com aquele que seria o nosso gol de empate. A bola tinha rumo certo, porém, foi desviada fatidicamente até explodir na trave esquerda, após o chute de Marco Júnior. Faltou merecimento. Faltou alma…

Outros jogadores entraram com o intuito de mudar a partida. Wendel e Welington Silva entraram bem, mas não foi o suficiente. O ótimo é inimigo do bom. No Fla-Flu, o regular é inimigo de todo resto. Dominamos territorialmente o jogo, tivemos posse de bola, mas as parcas já haviam tecido o destino do jogo. Vitória da Gávea, que leva a vantagem com o gol fora de casa.

É hora de voltar todas as forças para o Campeonato Brasileiro. Domingo teremos um jogo importante contra a perigosa equipe do Bahia. O jogo é em casa e temos que buscar os três pontos. Na semana que vem, retornaremos ao desfecho desta história, que ainda não terminou. Perdemos a guerra, mas a batalha ainda está em aberto. A situação ficou difícil, mas os deuses do futebol gostam do imponderável e costumam surpreender, favorecendo o destino daquele que faz por merecer. Nossa classificação é possível, mas não virá sem o devido merecimento. Será preciso jogar com alma.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @paulotiburcio

Imagem: bit

2 Comments

  1. Acho que o Fluminense não entrou sem alma. Entrou mal escalado quando coloca Orejuela que sempre foi primeiro volante pra jogar com Richard, e deixa o Wendel que é segundo volante no banco. Entrou mal treinado quando esse Orejuela não acompanhou o Arao, e nao é a primeira vez. Mal treinado quando a zaga fica plantada e vê o Juan cabecear livre. O Abel é fraco e nunca vai ter mercado na Europa. Nosso time tinha que jogar num 3-6-1. Mas pra isso teriamos que ter um treinador. Cuca já. Fora Abel.

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