Fluminense, futebol de tradição (por Jorge Dantas)

FLUMINENSE, FUTEBOL DE TRADIÇÃO E HISTÓRIA INCOMPARÁVEL

Torcer pelo Fluminense é muito mais do que acompanhar jogos de futebol. É conhecer a sua história gloriosa, é respirar a atmosfera carregada de tradição das Laranjeiras e se sentar nas arquibancadas tombadas pelo Patrimônio Público imaginando os fabulosos jogos que naquele pequeno e charmoso estádio de futebol aconteceram.

É importante para todo tricolor visitar pelo menos uma vez a sede das Laranjeiras e passear pelo salão nobre, pela sala de troféus, pelo museu e, finalmente, contemplar o magnífico estádio de futebol da Rua Álvaro Chaves, 41. É uma aventura e uma sensação incomum no Brasil. Poucos clubes têm a tradição do Fluminense. E cabe dizer que tradição não é fruto apenas de conquistas de campeonatos, mas dos acontecimentos históricos que marcam a trajetória de um clube, da sua relação com a cidade, com o povo e com o país. E nisso o Fluminense é incomparável.

De acordo com a Wikipedia, o Fluminense foi a primeira agremiação de futebol fundada no Rio de Janeiro e é o decano dos grandes clubes brasileiros. É também o maior vencedor de títulos cariocas do Século XX, motivo pelo qual foi consagrado o Campeão Carioca do Século. Em 1952 venceu a Copa Rio, torneio que se iguala ao mundial de clubes, jogando e vencendo adversários como o Sporting de Lisboa de Portugal, Grasshoppers da Suiça, Peñarol do Uruguai, Austria Vienna da Áustria e Corinthians de São Paulo. Por isso, o clube reivindica o título de Campeão Mundial de Clubes.

O Fluminense ostenta também a Taça Olímpica, honraria concedida em 1949 pelo Comitê Olímpico Internacional, por ser o clube modelo de organização desportiva para todo o mundo.

O Estádio Manuel Schartz, mais conhecido como Estádio das Laranjeiras, foi o primeiro estádio de futebol do Rio de Janeiro e a primeira sede da seleção brasileira. Por muito tempo foi considerado o maior, melhor e mais moderno estádio de futebol da América do Sul. A partir de 1922 teve sua capacidade ampliada para vinte e cinco mil pessoas.

Edifício da primeira sede

A sede social por muito tempo faz parte da história do Rio de Janeiro pelos seus elegantes bailes, festas e eventos culturais, que marcaram várias gerações. O prédio, de arquitetura européia adornada por vitrais belgas, foi idealizado pelo arquiteto catalão Hypolito Pujol. A sede social do Fluminense é vizinha do Palácio da Guanabara, sede do Governo do Estado, compondo com ele um patrimônio histórico-arquitetônico ímpar.

Quando, em 1922, o Brasil comemorou o centenário a independência, coube ao Fluminense, possuidor das mais modernas instalações do continente, assumir a organização do Campeonato Sul-Americano de Seleções e dos Jogos Olímpicos Latino-Americanos, hoje conhecido como Jogos Pan-Americanos.

Em 1961 o Fluminense deu mais uma vez uma demonstração de espírito público e patriotismo ao concordar com a desapropriação de uma parte de seu estádio para alargamento da Rua Pinheiro Machado, devido à construção do Túnel Santa Bárbara. Com isso, reduziu sua capacidade para oito mil pessoas.

O Fluminense é quinto clube que mais cedeu jogadores à seleção brasileira.

O Dia do Fluminense e dos Tricolores é comemorado no aniversário do clube, no dia 21 de julho. No âmbito estadual, o dia do Fluminense é comemorado em 12 de novembro.

O símbolo maior do clube é a sua magnífica bandeira tricolor, nas cores verde, grená e branco.

Outros dois símbolos do clube, a sua camisa e seu escudo, eram originalmente nas cores cinza e branca, substituídas em 15 de junho de 1904 pelo padrão tricolor devido não ter sido encontrado tecido nas cores originais por dois dos fundadores do clube, Oscar Cox e Mário Rocha, que estavam na Inglaterra em busca da confecção do uniforme do clube.

O hino popular do Fluminense é considerado um dos mais bonitos do Brasil e tem em seus versos escritos por Lamartine Babo belas descrições da grandeza do clube, como o trecho em que cita que o clube “… brilha com sol da manhã, qual luz de um refletor, salve o tricolor”. A música foi escrita por Lyrio Panicali. O Fluminense tem outros três hinos: o primeiro escrito por Coelho Neto; o hino oficial, de Antonio Cardoso; e outro hino popular conhecido como Marcha do Fluminense, tendo Paulo Tapajós como um dos seus autores.

A mascote do Flu é o famoso Cartola e a torcida é conhecida como pó-de-arroz, aliás uma das manifestações mais originais e bonitas do mundo.

O Fla-Flu é o clássico mais charmoso e tradicional do futebol brasileiro, tendo inspirado outros jogos como o Gre-Nal, Ba-Vi e Atle-Tiba.

Há muito mais histórias sobre o Fluminense, muito mais do que todos os demais clubes do Rio de Janeiro e muitos do Brasil. A tradição de um clube é escrita através dos anos e sua glória é forjada no dia-a-dia daqueles que o administram e dos que o defendem nos gramados e nas arquibancadas. O Fluminense é um guardião da história mais moderna do Rio de Janeiro, não apenas pelo futebol vencedor que pratica, mas pelas suas contribuições para a cultura, a história e a tradição do povo carioca e brasileiro.

O Fluminense é o maior entre os maiores.

CAMPEONATO BRASILEIRO

Tenho ouvido os comentários esportivos dos últimos dias. Em todos eles os especialistas dizem que o Flu enfrentará a sequência mais difícil dos entre os três candidatos ao título. Predizem dificuldades quase insuperáveis. Um deles chegou a afirmar nesta segunda-feira que o Flu enfrentará o melhor time do segundo turno, o Bahia, esquecendo-se de que o Flu fez 21 pontos no segundo turno, com 6 vitórias, contra 17 pontos e 4 vitórias dos baianos.

Esse mesmo discurso tem sido repetido jogo após jogo. Antes dos dois seguidos clássicos cariocas vaticinaram que o Flu provavelmente não conseguiria mais do que 4 pontos, na melhor das hipóteses. O fato: vencemos as duas.

Agora falam que o Bahia é quase imbatível no Pituaçu. Vamos ver. Sou mais, muito mais o Flu.

Ouvi também um comentarista falar que o Flu terá dois jogos muito difíceis contra dois concorrentes diretos, Atlético e Grêmio, esquecendo-se que a afirmativa vale também para Grêmio e Atlético, que terão que enfrentar o Flu.

Porém, o Flu jogará com seis clubes que não fazem um bom campeonato e estão na aprte de baixo da tabela (Bahia, Ponte Preta, Curitiba, Palmeiras e Cruzeiro) e com quatro que podem criar dificuldades (Atlético, Grêmio, São Paulo e Vasco), mas que certamente temem o Flu e não jogarão como jogam contra outros adversários. Estou otimista e confiante.

Não sei se seremos campeões, mas com certeza o Atlético e o Grêmio estão mais preocupados com o Flu do que o Flu com eles.

Precisamos apenas jogar o que sabemos e já será suficiente. Podemos até não vencer todos os nossos próximos jogos, mas com certeza os outros também não conseguirão ganhar todos os seus jogos. O risco deles é maior, estão pressionados pela tabela. Gremistas e atleticanos acompanham mais os jogos do Flu do que os tricolores acompanham os deles.

O certo é que dependemos apenas de nós para levantarmos a taça. Eles, da matemática, dos adversários e … dos comentaristas.

Jorge Dantas

Panorama Tricolor/ FluNews

@PanoramaTri

Contato: Vitor Franklin

2 Comments

  1. Caro Amigo,
    acho que é: Manuel Schwartz, e não Manuel Schartz, como acima!

    SSTT

    1. Exato, erro de digitação. Da próxima vez vou me valer de um revisor de texto humano. Obrigado pela correção e por ter prestigiado a coluna.

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