Fluminense: a meta é ganhar títulos (por Aloisio Senra)

Tricolores de sangue grená, a meta é ganhar títulos. O ano que começa para o Fluminense, ao menos aparentemente, parece ter se livrado da “inhaca” da campanha digna, ao menos para os jogadores, é claro. Se o presidente Mário Bittencourt ainda não falou expressamente e com todas as letras que esse é o objetivo da temporada, Abel Braga, o novo treinador, e vários dos novos contratados e dos antigos funcionários do vestiário e do campo ensejam esse discurso. Já não era sem tempo.

Nosso hino diz que “quem espera, sempre alcança”, e lá se vão dez temporadas sem um título relevante, a se descontar, com um carinhoso asterisco, a Primeira Liga de 2016 que, infelizmente, não vingou. Fica difícil realmente valorizar uma conquista que só o Fluminense e o Londrina possuem. Não sabemos se essa mudança no discurso e na mentalidade se dá devido ao ano eleitoral, mas o que importa é que realmente conduza o Fluminense de volta ao seu lugar de protagonista, sendo campeão do que for possível.

É até covardia comparar o atual elenco com o da temporada passada, já que chegaram alguns bons jogadores e saíram várias barangas. Por exemplo, no gol agora temos Fábio como novidade, um bom goleiro, que já foi monstruoso há uns 10 anos, e que precisa provar que ainda pode ser a principal opção em um time que disputa Série A e Libertadores. Deveria, na minha opinião, começar jogando o Carioca pra saber se podemos mesmo contar com ele.

Para a zaga chegou o bom zagueiro David Duarte e o Nino, ao menos por enquanto, acabou não saindo. Mesmo que haja excesso de jogadores no setor, é melhor sobrar que faltar. As laterais são um caso à parte, porque foram contratadas apostas. Pineida, que acabará jogando como lateral direito (sendo hoje lateral esquerdo) jogava em um clube com bem menos peso que o Fluminense, e esse Cris Silva é uma aposta arriscadíssima no quilate de Caio Paulista e, para mim, o maior erro do Fluminense nesse período de contratações em termos de investimento. Ao menos Egídio saiu e Danilo Barcelos parece próximo de vazar também.

A chegada do midiático Felipe Melo, jogador de caráter duvidoso e já em decadência na carreira, acabou acirrando as disputas entre os tricolores no que tange à opinião sobre ele. Dentro de campo, vai ou disputar uma vaga como terceiro zagueiro em uma inchada zaga ou jogar no lugar de André, o que parece impensável. Wellington, que deveria ter saído, permaneceu, infelizmente. Nonato, que tem o passe fixado num valor absurdo também continua no elenco.

A chegada de Nathan, jogador disputado ferrenhamente com o Santos após uma estranha desistência do Fluminense por Ricardo Goulart, melhora bastante o setor de meio-campo, e a recuperação de Ganso poderá elevar ainda mais o nível da articulação de jogadas. Tivemos a saída de Cazares, que era bem caro para o que produzia também.

No ataque, trouxemos Germán Cano e Willian Bigode, dois bons jogadores, embora também já veteranos, para os lugares de Abel Hernández e Raul Bobadilla, que foram para outros clubes. Lucca também já deu adeus. Todavia, o “craque” Caio Paulista permanece e há a promessa de que ainda nos fará passar muita raiva em 2022.

Dos de Xerém que disputaram a Copinha, temos John Kennedy consolidado, Matheus Martins ainda precisando apresentar um futebol mais consistente, bem como Wallace. Boas surpresas foram os laterais Johnny e o volante Alecsander, além do atacante Luan Brito.

Por último, Abel Braga precisará provar que consegue se reinventar para não vermos o repeteco de vários trabalhos dele na década de 10 que não deram em absolutamente nada. Claro, podemos olhar o copo meio cheio e falar de 2012, mas acho que podemos concordar que não teremos em 2022 a qualidade do elenco daquele ano. Assim, o veterano técnico precisará fazer sua “mágica” para competirmos em pé de igualdade com os ricaços do Brasil e pleitear títulos.

Seja como for, será inaceitável terminar o ano de 2022 sem um caneco, e não estou falando do Carioca, que pra mim é obrigação total se não quisermos que cantem para nós o parabéns que falhou em 1995. Por toda a expectativa que vem sendo criada e pela mera razão de nossa existência, é hora de voltar às conquistas.

Curtas:

– Mais uma vez, o Maracanã nos deixou na mão. Não foi a primeira e não será a última. E todas as vezes que isso acontece, faço questão de lembrar a razão pela qual é tão importante termos Laranjeiras pronta para receber jogos.

– Assim, nos restou jogar na Ilha, para 4000 cabeças, recebendo uma cota de TV ridícula da Record. No que transformaram o Carioca, hein?

– Não sei se o Fluminense está treinando em tempo integral, mas se não estiver, deveria. As duas partidas contra o Millonarios em fevereiro decidirão todo o resto do ano, já que não tivemos competência para ir para a fase de grupos. Desnecessário dizer que a vitória precisa vir a qualquer custo.

– Palpites para as primeiras partidas do Carioca: Fluminense 3 x 0 Bangu, Madureira 1 x 4 Fluminense, Fluminense 2 x 0 Audax.

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