Fluminense 2 x 0 Criciúma (por Aloisio Senra)

Aloisio Senra

Tricolores de sangue grená, parece impensável que, em qualquer circunstância, o Fluminense faça seu jogo de estreia em uma temporada no dia 10 de Março de qualquer ano. Pois saibam que hoje (ontem) isto aconteceu. O arremedo de time que víamos desde Janeiro a manchar nossas cores desapareceu, tomado pela alvura do novo uniforme branco, que só me faz lembrar do esquadrão tricolor dos anos 80.

Não há como ficar impassível diante de um treinador de verdade, e Levir Culpi provou uma vez mais esta verdade. Diante dos microfones, justificou o uso de tantos reservas com o argumento mais lógico que vi até aqui: questão física. Citou, com razão, os tantos que estão no Departamento Médico, e outros tantos já estourando. Em vez de um bando de velhos modorrentos, sem pernas e sem vontade, Levir escalou garotos que querem a bola como um prato de comida quando em jejum, e alguns veteranos que precisam se afirmar.

Diego Cavallieri (sem falhar em bolas aéreas), Jonathan (ainda sem pernas, mas tentando), Henrique e Renato Chaves (sem entregarem a paçoca) e Léo Pelé (graças!); Pierre (cincão porrador), Douglas (comendo a bola, titular fácil), Felipe Amorim (útil taticamente), Eduardo (precisa de mais chances) e Gérson (se encontrou nessa posição); Pedro (artilheiro tricolor do futuro). Esse foi o time mandado a campo contra o Criciúma, que mesmo com reservas é mais forte que Madureira, Volta Redonda e outros bichos.

E quando o jogo começou vimos como um Técnico (tê maiúsculo) faz a diferença. Fluminense trocando (e acertando) passes e marcando de forma compacta! Fluminense com intensidade de jogo e atacando desde o primeiro minuto! Há quanto tempo não víamos isso? E com quatro minutos, pimba! Escanteio cobrado, a bola sobrou pro Gérson que empurrou pra rede. O Flu continuou pressionando e criando boas chances, enquanto se defendia bem de um Criciúma com muita vontade. Aos 32, após reposição correta do nosso arqueiro, a bola respingou e sobrou pro goleiro dos caras defender. Ele e o zagueiro não se entenderam e o Gérson, de biquinho e por cobertura, mandou pra rede. Daí, o Flu passou a jogar no contra-ataque e o primeiro tempo terminou com 2 a 0 no placar.

O segundo tempo começou com a troca de Henrique por Gum. E quem tem Gum… tem um defensor que nos salvou duas vezes, porque o Criciúma começou com tudo! Tivemos problemas durante a primeira metade da segunda etapa, porque perdemos o meio. Visivelmente alguns cansaram, como Eduardo, bem substituído por Higor Leite aos 15. Pedro daria lugar a Danielzinho aos 23, adiantando Gérson para a função de falso 9. Levir recuperou o meio, mas o espetáculo caiu de produção. Do meio pro fim foi morno. Houve chances para ambos os lados, mas o placar não se alterou.

É só o primeiro jogo do novo comandante, mas o Criciúma sub-20 é melhor que o time titular do Volta Redonda. Com um técnico de verdade, ainda que tenhamos alguns percalços pelo caminho, acredito que o Fluminense encontrará o seu rumo. Pode parecer irreal vencer dois clássicos em sequência após tantos resultados negativos e exibições tenebrosas, mas eu acredito que é possível. Vamos pra cima deles!

Ah, e na Primeira Liga… Juiz de Fora, Flu dentro! Que venha o Inter!

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Imagem: as/pra

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