Fluminense 1 x 0 São Paulo (por Marcelo Savioli)

Amigos, amigas, noite festiva no Maracanã, troca de faixas e, na sequência, de pontapés, tapas e empurrões. Se o futebol brasileiro tem jeito, certamente não é esse. Pouca bola rolando, oito minutos de acréscimos e, ainda assim, pouca bola rolando, e um jogador do São Paulo corretamente expulso com intervenção – acreditem! – do VAR.

Se o Fluminense já era melhor e dominava as ações, sem transformá-las em oportunidades claras de gol, o segundo tempo quase que virou um treino de ataque contra defesa. O Fluminense atacava, o catadão do São Paulo, com treze desfalques, defendia. De tanto a bola rondar a área paulista, acabou sobrando para Cano, que contou com o desvio na zaga em arremate de fora da área para marcar o gol carioca e dar números finais à partida.

Gostei da movimentação de Alexsander, mas não igualmente de algumas decisões. Por onde andou, Martinelli foi exuberante e, no meu entendimento, o melhor em campo. Ganso fez boa partida, sinalizando que pode ser o jogador decisivo num futuro próximo. Estou falando, efetivamente, de Mundial.

Sem grandes novidades, caminhamos para a conquista do último título do ano, o Bi Mundial, esperando pequenos ajustes para voltarmos a algo próximo do nosso teto na temporada e nos últimos dois anos. Time capaz de pressionar a saída de bola adversária, ter posse de bola produtiva, aproximações efetivas e ações ofensivas envolventes.

A dupla de zaga formada por Thiago Santos e David Braz não comprometeu em momento algum, mas isso não quer dizer muita coisa, pois não nos fala sobre que defesa teremos no Mundial. Uma defesa que teve Marcelo, pela lateral-esquerda, não comprometendo na noite de ontem.

A perda de um jogador expulso pelo São Paulo na primeira etapa acabou transformando o jogo em praticamente um duelo de ataque contra defesa, mas não foi isso que definiu a vitória tricolor. Fomos superiores durante os 90 minutos, como era a nossa obrigação. Diniz rodou bem a equipe e mostrou a força do nosso elenco, falta sabermos qual será a força de suas escolhas.

As quatro rodadas que se seguem do Brasileiro, em que o Fluminense é um mero passageiro, mas que pode até ajudar a decidir o título, são uma preparação de luxo para o Mundial. Que Diniz tire o melhor proveito delas e que o Fluminense honre sua camisa, é o que esperam os tricolores por vocação.

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Mudando para Seleção Brasileira, fez a melhor atuação na terça diante da Argentina, mostrando, de forma produtiva, vários conceitos do modelo de jogo de Diniz. O problema é que Diniz colocou quatro atacantes que pareciam não ter afinidade alguma com o gol.

Se sou dirigente, pensaria em Diniz com mais carinho para continuar no comando da Seleção. Não é o que eu teria recomendado lá atrás, mas é o que vi desse confronto. Não é fácil mudar a cultura de uma equipe, ainda mais com escolhas táticas e individuais erradas, mas, apesar da derrota, não fosse a falta de conclusões no ataque, o Brasil poderia ter vencido.

Se, porventura, a CBF quiser deixar o técnico só para nós, não sou em que vou reclamar, mas a decisão de colocá-lo no comando ainda carece de explicação lógica, se é que me entendem.

Saudações Tricolores!