Fluminense 1 x 0 Audax – Tivemos, no mínimo, mais intensidade (por Marcelo Savioli)

Amigos, amigas, foi um jogo que esteve longe de fazer brilharem nossos olhos, mas eu acredito que foi a melhor exibição do Fluminense até aqui, como eu previra no pré-jogo, apesar do resultado idêntico ao da jornada contra o Madureira.

Fomos mais vulneráveis defensivamente no início da primeira etapa, quando o Audax criou as duas primeiras boas oportunidades de gol, o que só voltou a se repetir após as idiossincráticas substituições de Abel ao longo da segunda etapa, nem com tanta clareza quanto.

Muita expectativa por Pineida, que começou atuando isolado na esquerda, sempre lutando contra um verdadeiro séquito de marcadores. A experiência não durou muito, porque o lateral, sem conseguir mostrar seu repertório, logo acabou substituído em virtude de uma lesão.

Entrou Cristiano, que, longe de fazer uma exibição convincente, acabou fazendo sua melhor partida com a camisa do Fluminense, o que é um bom indicador. Dos seus pés saiu o cruzamento que originou o único gol da partida. Gol de Germán Cano, mas desse eu falo mais adiante.

Tirando os primeiros minutos, Manuel conseguiu fazer um bom papel como central na linha de três zagueiros. Diferentemente de Lucas Claro e David Duarte, que andaram tendo dificuldades com a bola. Enquanto Lucas Claro se atrapalhava em jogadas simples, Davida Duarte tentava jogada mais rebuscadas, buscando bolas verticais que nunca chegavam aos companheiros de ataque.

Martinelli, que viveu momentos de lapso, foi incansável no meio, demonstrando qualidade para desarmar, armar e até para chegar à frente para chutar e assistir. É um jogadoraço. Yago e Arias fizeram bom trabalho, apesar de lances de precipitação, quando era para trabalhar mais a bola. Arias até surpreende nesses primeiros movimentos de começo de temporada, e, com certa razão, não gostou muito de ser substituído por Wellington.

Calegari no mínimo mostrou que, se Abel quer ter dois alas, é muito melhor que Samuel Xavier. Mais dinâmico, habilidoso e combativo, ajudou na construção tricolor, tendo sido um leão no combate defensivo. É jogador que tem técnica, raça e capacidade de dominar fundamentos táticos. É só deixar jogar.

Calegari pode até ser considerado um dos destaques do jogo, mas é impossível não colocar em ênfase o belo cartão de visitas de Fábio. Com defesas difíceis, mostrou que o Fluminense pode estar muito bem servido de goleiros, já que tem Marcos Felipe, um dos melhores do Brasil.

Mas vamos ao que de melhor pudemos ver na partida de hoje, que foi a exibição de Cano. Marcou o gol da vitória em lance de quem entende da grande área ofensiva, chutou duas bolas perigosas, numa delas obrigando o goleiro adversário a fazer grande defesa no início do segundo tempo, correu, buscou jogo, armou jogadas e não sossegou um segundo sequer com o resultado favorável, construído com seu gol por volta dos 39 da primeira etapa.

Cano foi o principal responsável por um Fluminense mais intenso que nas partidas anteriores, porque tem dedicação e vigor físico. Também fomos mais articulados, sobretudo a partir da metade do primeiro tempo, e mais perigosos ofensivamente.

Dentro desse 5-2-3 que varia para 3-4-3, é imperativo dizer que Calegari e Cano mostraram que têm que ser titulares, com pontos muito favoráveis a Arias. Esperamos que os fatos reflitam na realidade da escalação no Fla-Flu, para que possamos, desde já, começar a construir um time que esteja minimamente à altura do nosso elenco.

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Cadê o Ganso? A torcida já começou a comprar o barulho. É um absurdo num jogo como esses o Abel deixar o time sem meio de campo e não colocar o nosso jogador mais capacitado para coordenar jogo. Terminamos levando um leve sufoco do Audax.

Como não dá para falar de tudo, vamos falando aos poucos. O Fla-Flu será fundamental para mostrar melhor nossa realidade nesse começo de temporada.

Abre o olho, Abel!

Saudações Tricolores!