Flu x Ferj, uma velha briga (por Paulo Rocha)

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A tragicomédia que se tornou a apressada volta do futebol no Rio de Janeiro opõe Fluminense e Botafogo a Flamengo, Vasco e os pequenos. E a Federação de Futebol do Rio de Janeiro, por interesses não muito claros, está ao lado destes posteriormente citados. Uma entidade que deveria dar exemplo de responsabilidade e de respeito à saúde alheia.

Tricolores e alvinegros que se preparem: serão retaliados, com certeza. Ou alguém acha que a Ferj não medirá esforços para beneficiar a instituição atualmente mais poderosa financeiramente? Aquela que é capaz de posar alegre ao lado e tecer acordos com o que de mais desprezível existe na política deste país?

No que diz respeito ao conturbado relacionamento entre o Fluminense e a Ferj, tenho alguns fatos na lembrança. Cobri o clube e a entidade que dirige o futebol carioca nos meus tempos de repórter. Convivi com pessoas e situações que me ajudaram a formar minha opinião.

A briga do clube com a Ferj é antiga. Data de 1986, quando o Tricolor lutava pelo tetracampeonato carioca. Um surto de dengue acometeu o elenco e a diretoria não mandou o time a Campos enfrentar o Americano, em partida que seria válida pela reta final da Taça Rio.

Acontece que o Americano era o time do coração de Eduardo Viana, o Caixa D´água, que por tantos anos presidiu a Ferl. O Fluminense perdeu por WO, não conseguiu reverter no tribunal (mesmo representado pelo lendário José Carlos Vilella) e o tetra foi para a cucuia. O campeão carioca daquele ano foi o Flamengo de George Helal, ajudado pelas famosas papeletas amarelas – meus contemporâneos lembram bem desta história.

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Na ocasião, Eduardo Viana bradou: “Enquanto eu presidir a Ferj, esse clube (o Fluminense) não ganhará nada!” E somente em 1995 o título estadual voltou para as Laranjeiras. Reatar o relacionamento com a entidade foi difícil e algumas pessoas ajudaram bastante no processo, como Alcides Antunes e o ainda atuante Marcelo Penha.

O sucessor de Viana, Rubens Lopes, também não morre de amores pelas cores verde, branca e grená. Banguense de quatro costados, presidente de honra do clube da Zona Oeste, tem o Fluminense como um algoz histórico. Fruto dos reveses em jogos decisivos dos Cariocas de 1985 e 2002 – ambos conquistados pelo Tricolor. Este último título, inclusive, ficou sem registro no site oficial da Ferj por muito tempo, até que uma solicitação pelo reconhecimento foi formalmente enviada à entidade.

Sei que o presidente atual do Fluminense, o advogado Mário Bittencourt, não foge a uma disputa. Mas, mesmo com sua habilidade e experiência, enfrentar as retaliações não será fácil. Olho vivo nas arbitragens. Os jogadores terão de deixar a alma em campo para tentar chegar a um título que, pela postura moral da instituição, deveria ser seu. Contudo, nossos guerreiros já protagonizaram façanhas hercúleas, e podem quebrar paradigmas novamente.

Panorama Tricolor

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