Alva Benigno: o começo do fim (por Nicanor Machado)

ATENÇÂO: LINGUAGEM FORTE E CHULA

Excepcionalmente, esta coluna foi escrita pelo jornalista Nicanor Machado, especialmente convidado. Em breve, voltaremos a publicar as novas colunas de Alva Benigno neste PANORAMA.

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UM ESCÂNDALO SEM PRECEDENTES

PARTE 1

Antonio Gonzalez, ele mesmo, o lutador careca, blogger, militante político e outras utilidades mais, foi visto na manhã de domingo passado saindo do Hotel Love Time, situado à Rua do Catete, no coração da Glória, acompanhado do que ninguém menos do que a escritora Alva Benigno, em sua passagem pelo Rio de Janeiro. Céus!

Segundo declarações em off de funcionários do Love Time, apuradas por um site de fofocas, os lustres das suítes colindantes balançaram como nunca.

Acontece que, como todos sabem, Chiquinho Zanzibar tinha em Alva Benigno sua confidente, amiga e pau para toda obra, melhor dizendo, nem tanto. Por sua vez, o lutador AG é uma das pessoas mais odiadas pela nossa bicha reaça

Procurada por um sítios de fofoca tricolor, a escritora Alva Benigno assumiu o romance fazendo a seguinte declaração:

“O Careca não é apenas bem dotado de intelecto. É um Rei Zulu branco!”

A seguir, a escritora não se pronunciou mais, uma vez que teve de visitar seu amigo Chiquinho Zanzibar no hospital, já que o mesmo tentou o suicídio ao saber do bomance entre a escritora e o homem de crânio raspado, ingerindo um vidro de Channel 5.

Antes da autoflagelação, Zanzi escreveu uma carta, que assim começava:

“Sua piranha de merda, biba filha da puta! Você me traiu. Nunca podia imaginar que fizesse uma coisa dessas com este safado delicioso. Jamais vou te perdoar!”

Procurado por esta redação, AG, o careca lutador, limitou-se a rir e fez e declarou: “Lamento se feri corações alheios, mas é verdade que eu e Alva estamos nos conhecendo melhor…”.

Dois dias depois da internação, ainda em recuperação do suicídio frustrado, Chiquinho Zanzibar agora promete entrar com uma ação no STJD, pedindo a anulação do jogo amoroso de Alva. É impressionante como esse filhadaputa quase acabou de morrer e já está a fazer ruindades com os outros.

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PARTE 2

Recuperado, Chiquinho descobre que Alva está no Rio de Janeiro como professora, dando aulas temporariamente em uma escola da zona sul, num bairro que tem nome de merda. O camisa 10 da escroqueria pensa em tornar a vida da escritora impossível, de modo que ela vá embora para Santa Catarina de uma vez por  todas e deixe o careca lutador para trás.

No fim da tarde de quarta-feira passada, Zanzi foi cercar Alva na porta da escola. Super doidão por conta do fubá mimoso, também conhecido como cocaína, quase relinchava na onda da droga. Havia comprado cocaína pura com um ex-policial corrupto nas imediações da Rua Paissandu. Seguindo a nova vibe do underground francês, Zanzibar usava pedras de cocaína como fogosos supositórios. No ato, sentia dois prazeres. Só que, do nada, quem aparece na porta do colégio? O careca lutador.

Aí se entende o objetivo da mona velha do cabelo acaju: matar o casal. Mas nosso protagonista é um covarde de merda. Então, como se consolidaria este duplo homicídio? Como sempre, terceirizando a escrotidão.

MORTE À TRAIDORA E SEU AMÁSIO MALDITO

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A música perfeita, o mandante e o bandido atrás de uma árvore. Chiquinho chora e pede para que Trivelato, o ex-policial corrupto e agora traficante, abaixasse a arma:

(música padrão Tarantino de fundo)

– Não…  não… MIL VEZES NÃO! O meu careca preferido pode se ferir (entre soluços). Eu o amo!

Trivelato dizia:

– Mataremos os dois, chefe.

– Cala a boca, seu Fernandinho Beira Mar das socialites que, com o passar do tempo, embarangaram. Eu pago e mando neste puteiro!

Trivelato fica puto, porque não gosta de serviços inacabados. O bandido tem uma reação esquizofrênica, surpreendente e escatológica, atrás da árvore que os encobria da vista do colégio: subitamente obriga o facínora a defecar no cano de sua 45, e, depois de dois tiros para o alto, o obriga a chupar o cano quente e lambuzado de merda. Sadismo puro. Enquanto isso, diz, de modo pausado, didático:

– Chiquinho Zanzibar, você é um viciado falido, viúva da ditadura, maníaco por prejudicar os outros que mexam com os seus recalques, covarde para não viver em paz sua sexualidade dúbia, traidor de qualquer princípio moral mínimo, pessoa sem confiança, golpista, explorador de menores, misógino. Sua vida se resume no que você mesmo se sujeita. Você só é digno de comer o próprio cocô se for obrigado por outra pessoa com mais poder.

Enojado mas excitado, Chuck Tchola cumpre o breve ritual de coprofagia.

O IMPÉRIO CONTRA-ATACA

O descuido sádico de Trivelato seria fatal. Repetindo cenas de Edson Passos, onde defendeu o eterno presidente Celso Barros, mesmo pertencendo a candidaturas opostas no cenário da politik tricolor, AGonzalez percebe a situação, desarma Trivelato e o põe para correr. Dotado de bom senso, o bandido desaparece em segundos numa correria no meio de transeuntes assustados.

Emocionado, Chico da Baitolagem Adquirida fica de joelhos diante do seu grande objeto de desejo. Abaixa-se, beija os pés do lutador careca e se insinua. Pensa em subir e beijar seu ídolo na boca, mas sua própria merda repugnaria o careca, sem contar a reação heterossexual latente. Só consegue ficar com a boca no bico do tênis direito e sussurra:

– Depois do acontecido, faça da Francis a tua escrava, rainha de mil devassidões. Meu coração a ti pertence; toma posse deste corpo brejeiro!

Lembrando dos tempos em que trocava porradas salutares com o Chico Banha, ex-presidente da Torcida Jovem do Flamengo no início dos anos 1980, o lutador careca olha para baixo e sorri com profundo desprezo, para depois cuspir no chão e dizer uma frase mítica para Chiquinho, daquelas que alguém já ouviu falar nas altas rodas do club:

– CALA A BOCA, TOTÓ!

AG deixa Zanzi no chão, volta para a porta da escola, busca Alva, dá-lhe a mão e assobia como se estivesse chamando um cachorrinho. Completamente abalado, no chão, desprezado e traído, Chiquinho Zanzibar se urina todo, aos prantos, até o mau odor molhado render sua calça de veludo cotelê.

FIM DE NOITE

Às vinte e três horas, Esmeralda está dormindo como sempre depois de um dia extremamente cansativo, com muitos exercícios ao lado de seu personal trainer. O angustiado Chiquinho liga o notebook na mesa da sala de estar, olha um e-mail com fotos da turma chamada de “Boleiros de Bambu”. Espia o céu limpo e a lua cheíssima. Finalmente tem alguma paz depois de um dia escroto e arriscado. É claro que não suporta a traição de Alva Benigno, mas um escroque de verdade, um profissional da pilantragem, não pode perder tempo com sentimentos. Liga a TV, escuta de longe o Jornal da Globo com seu ídolo William Waaack, espia alguns beninos no Facebook e, ao mesmo tempo, dispara:

– Fodam-se a PEC 241 e as reformas do ensino do MEC! Fodam-se os esquerdopatas! Foda-se essa piranha chamada Alva Benigno. Foda-se o Totó! AAAAARRRRHHHGGHH!

O urro efeminado ecoa por metade de Copacabana, mas para quando vê um ídolo na TV e diz “Se não fosse este pano de chão, eu teria orgulho dele. Salve Cunha, meu bandido predileto!”

TELEFONE

Uma da manhã, o barulho tira a atenção de Chiquinho enquanto ele via nudes masculinos de tricolores ilustres no notebook. Pega o smartphone e nem perde tempo:

– Porra, Filhão, quer encher o meu saco a essa hora da madrugada? Cada cachorro que lamba sua caceta.

– Preciso conversar com você. O bicho tá pegando.

– É, se fosse a bicha pegando você não me encheria o saco.Tem o que fazer não, Maria Twitter?

– Amanhã te ligo. Precisamos nos encontrar. É urgente.

– Ok, agora vou descansar. Relaxar com um pouco de música. Meu anjo azul. Vá dormir, filhote. Tem cheirinho de merda no ar.

Era o começo do fim.

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Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Imagem: pulp fiction/alva