Fernando Diniz, salvo pelo gongo (por Felipe Fleury)

Diniz, enfim, fez o Flu vencer no Brasileiro, vitória que, conjugada à do meio de semana contra o Peñarol – e que nos levou às quartas da Sul-Americana – lhe dá sobrevida no comando do Fluminense.

Como atuara contra a equipe uruguaia, o Fluminense se preocupou menos com a posse de bola improdutiva e com os toques laterais inócuos e mais em ser ofensivo, utilizando especialmente seus laterais. Caio Henrique passou a ir à linha de fundo e cruzar e Igor Julião deu nova vida à lateral direita. Além disso, os riscos com as perdas de bola próximo à área foram afastados com alguns – necessários – chutões.

Ou seja, não se sabe se consciente ou inconscientemente, Diniz passou a fazer o trivial. E, jogando o simples, o Fluminense se sobrepôs a dois difíceis adversários, mostrando que pode ser o time que Diniz sonhou, quando puder ser, alternando dentro da mesma partida, a saída qualificada pelo toque de bola com chutões, quando necessários e as infiltrações pelo meio com jogadas pelos lados do campo.

Importante fazer constar, também, a presença de Allan nos dois sucessos Tricolores. O jogador dá vida ao meio-campo, joga verticalmente e é um dos principais responsáveis pela ofensividade produtiva da equipe em substituição àquela posse de bola no campo de defesa que, pouco ou quase nada, era útil ao sistema pensado por Diniz.

É bom que se diga que, Diniz, ainda tem muito respaldo das arquibancadas, mas não resistiria a novos insucessos. Os números não perdoam.

Agora, no entanto, com essa importante vitória sobre o Inter, nosso treinador pode repensar seu estilo de jogo, não abdicando dele, mas mitigando-o, ou seja, criando novas alternativas dentro de uma mesma partida para surpreender as equipes adversárias.

Se Diniz entender que, por vezes, deve sacrificar seu esquema para ser efetivo, conseguindo vitórias, poderá ser aquele treinador completo com que o torcedor sonha. Mas é preciso levar em consideração outros fatores, como a escassez do elenco, os desfalques, a arbitragem, o VAR e os problemas extracampo.

Diniz terá vida longa no Fluminense se alcançar as vitórias. Isto é um fato. E se não inventar. Fazendo o simples, vez por outra, não abdicará de seu pensamento e poderá ser o treinador que todas esperamos que seja. Capacidade não lhe falta, nem apoio do torcedor.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @FFleury

#credibilidade