Feliz 2014 (por Jorge Dantas)

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Infelizmente parece que o ano de 2013 está perdido para o Fluminense.

Chama-me a atenção o fato de o time, com a mesma base de 2012, ano em que foi campeão brasileiro com três rodadas de antecedência, ter decaído tanto. É muito pouco tempo para uma queda tão radical.

Tentar entender essa derrocada vertiginosa muitas vezes é difícil, porque o torcedor não tem acesso a tudo que envolve a situação e nem às medidas de correção que eventualmente possam estar sendo pensadas e tomadas. Mas, temos discernimento e experiência de vida para pelo menos tentar entender e explicar alguma coisa. Vamos começar por alguns fatos claramente percebíveis nos jogos e no noticiário.

Primeiro, o time está completamente apático e desmotivado. Jogadores que no ano passado jogaram bem estão se comportando como autênticos cabeças-de-bagre. São os casos, por exemplo, do Leandro Euzébio, do Digão, do Gum e do Edinho. Esses quatro não começaram a jogar em 2013. Ao contrário, têm assustado e irritado o torcedor. Essa é a boa notícia, pois a pior é que não temos reservas melhores e nem perspectiva de contratação de ninguém.

No que diz respeito ao meio de campo a grande decepção do ano é o Wagner, cujo futebol parece ter diminuído e o abandonado. Com a sua inapetência técnica não está contribuindo em nada nos jogos. É um carregador de bola sem capacidade criativa, sem visão de jogo e incapaz de dar um passe inteligente. Chutar a gol raramente o faz.

Outra deficiência grave do meio de campo é a incapacidade de lançar em profundidade, de dar velocidade aos contra ataques, de antever movimentos de jogadores em deslocamentos de penetração e de cobrir os rebotes. O ataque está completamente abandonado, sem alimentação de qualidade e a defesa exposta.

Os laterais apóiam mal e quando o fazem não têm cobertura adequada. Bolas nas costas pelos flancos têm sido as jogadas mais perigosas dos adversários, que por ali estão deitando e rolando.

Nosso goleiro também tem deixado a desejar e se tornou inconstante. Baixou a confiança do torcedor nele.

Quanto ao ataque está resumido aos talentos do Fred, que também não está bem, e do Sobis, este sim muito acima da média. Porém vivem de jogadas isoladas e de cabeçadas na única jogada que restou ao time: bolas paradas lançadas no bolo das áreas.

De boa notícia apenas o Igor Julião e o Kennedy, mas são promessas ainda.

E o que dizer da quantidade de jogadores que não atuam, que vão embora sem receber chances? Façam uma lista e verão quantos talentos perdemos ou estão na prateleira, a começar pelo Lanzini, passando pelo Monzón, pelo Valência, pelo Deco, Wellington Silva, Anderson, Elivélton e tantos outros que até esquecemos que fazem ou fizeram parte do elenco.

E cadê o tal Marcelinho? Até o Rhayner resolveu se juntar aos frequentadores da enfermaria.

Fora do campo o Flu está vivendo uma crise financeira já esperada, mas que está causando problemas antes da hora e pegando a diretoria completamente despreparada ou sem planejamento. A transição está sendo dolorosa e as conseqüências poderão ser mais desastrosas ainda, caso o Flu não receba uma dose cavalar de soro para se recuperar antes que comece a descer a ladeira em direção à zona de rebaixamento.

O cenário em que o Flu está mergulhado talvez explique o baixo desempenho do time em campo. A diferença de tratamento do elenco, que privilegia os craques da patrocinadora, a falta de pagamento do grupo de excluídos da Unimed, os sequestros de renda dos jogos e da venda de atletas, a própria venda inevitável de jogadores chave, o não investimento em jogadores para posições carentes, a indisponibilidade permanente de alguns atletas importantes como o Deco, as contusões seguidas de titulares, a contratação de um técnico que me parece ultrapassado e decadente, dentre outros fatos, enfraqueceram muito o elenco. Junte a isso tudo à desmotivação devido à perda da Libertadores, que era o principal projeto de 2013.

Esse cenário não é, por óbvias razões, nada alentador. Ao contrário, é preocupante e requer medidas radicais da diretoria enquanto dá tempo de salvar alguma coisa no ano.

Enquanto isso nossas bandeiras estão enroladas, nossas esperanças contidas, nosso saco de pó-de-arroz lacrado e nosso choro iminente.

Resta-nos apelar para os versos do nosso belo hino, na parte que diz que quem espera sempre alcança, apesar de o momento ser mais do que esperar, mas de agir.

Jorge Dantas

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Foto: www.lancenet.com.br (Bruno de Lima)

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2 Comments

  1. Mas a diretoria é responsavel direta pela “falta de motivação”. Ao aceitarem um desconhecido Marcelinho, e deixar dando sopa zagueiros e jogadores que acrescentem, mostra claramente que Rodrigo Caetano, que afundou o Vasco, faça o mesmo no Flu. Não ganhamos um classico este ano, no Rio. Seis derrotas e segundo o RC” está tudo dentro do planejado”

    1. Poié, Tony, agora anunciaram que vão buscar reforços. Meio tarde, pois só vão encontrar xepas. Esse grupo conseguiu reverter uma tendencia de sucesso que vinha desde 2010. A contratação do Luxa demonstra que os caras não sabem planejar. E ainda querem trazer o C. Alberto.

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