Falar o quê? (por Marcelo Vivone)

Falar o quê?

Falar o que de um time que tem na frieza um dos seus maiores méritos e que continua a ganhar os jogos mesmo não sendo superior aos adversários? Falar o que de Cavalieri, que mais uma vez nos salvou, só que dessa vez no início do jogo? Falar o que de Wellington Nem, que cada vez mais funcionou como um perfeito garçom? E falar o que de Fred, que está com um faro de gol apuradíssimo? Falar o quê?

Fizemos um primeiro tempo muito ruim, mas conseguimos sair ilesos em termos de placar. Fomos surpreendidos pelo Botafogo no início do jogo e Cavallieri foi obrigado a realizar 3 importantes defesas nos 15 primeiros minutos. Depois disso conseguimos ao menos fechar um pouco melhor alguns buracos em nosso setor defensivo, causados principalmente pela opção do técnico adversário de não manter um jogador de referência na nossa área.

Findo o 1º tempo veio a sensação de que pior não poderia ficar e a esperança de que nosso técnico conseguiria corrigir os problemas de meio de campo e defesa do time. Em parte isso aconteceu. Voltamos com maior consistência defensiva e o Botafogo teve um domínio aparente até os 20 minutos da 2ª etapa. A partir daí o Fluminense começou a encaixar seu jogo de contra-ataques e passou a ser mais perigoso.

Em uma roubada de bola do Edinho surgiu a jogada mortal do tricolor na partida. Do pé do cabeça de área a bola chegou ao Fred que lançou Nem. Nosso jovem atacante conduziu a bola até a entrada da área e devolveu com açúcar para o nosso matador estufar uma vez mais as redes da estrela solitária. Já está se tornando rotineiro o Fluminense ganhar dos framengo e o Fred fazer gol no Botafogo. Parece que o Fluminense está plagiando a si próprio.

Destaque uma vez mais para as atuações de Cavallieri e Fred, dessa vez com a companhia de Wellington Nem. Gum fez novamente uma partida sólida. Edinho e Jean estiveram bem na marcação e Jean tímido no ataque. Carlinhos começou bem, mas não manteve o padrão. TN foi, como sempre, importantíssimo na parte tática e melhorou um pouco na parte individual. Deco pareceu-me abaixo do seu padrão. De negativo, somente e uma vez mais, Bruno.

Ao final da rodada, a constatação é de que ela foi altamente favorável para nós, pois tínhamos sem dúvida o adversário mais difícil entre os postulantes ao título. Atlético/MG tinha a famosa “teta” no confronto em casa contra o Figueirense (apesar de não termos conseguido uma vitória sequer sobre o time catarinense) e o Grêmio jogava em casa contra o mais fraco time do Cruzeiro que lembro ter visto.

Sendo assim, manter a distância de pontos para esses 2 adversários foi uma grande conquista para essa rodada. Na rodada de meio de semana, creio que podemos aumentar nossa vantagem para o Galo para 9 pontos, pois uma vitória nossa em Salvador e uma derrota deles em Porto Alegre são resultados perfeitamente possíveis e até prováveis. Aliás, esse confronto entre Fluminense e Bahia colocará em campo as 2 melhores equipes do returno.

É certo que enfrentaremos um estádio de Pituaçu praticamente lotado na próxima quarta-feira e uma vez mais a frieza do nosso time será colocada à prova. Mas, falar o que de um time que tem passado momentos de alta tensão e mantem-se sempre impassível, como se estivesse jogando uma pelada no aterro, e que tem no semblante e nas atitudes do seu goleiro a maior representação desse alto poder de controle emocional?

Rápidas:

Prelúdio: Após as 3 defesas de Cavalieri no início da partida comentei com meu amigo André que estava mais tranquilo porque o jogo já estava a cara das vitórias do Fluminense do Abel;

Abel: Foi bem durante toda a partida e conseguiu corrigir o time no intervalo. Todas as 3 substituições foram acertadas (talvez Wagner pudesse ter entrado junto com o Marcos Jr.) e não colocou o Diguinho em campo, o que talvez tenha sido o seu maior mérito.

 Marcelo Vivone

 Panorama Tricolor/ FluNews

 @PanoramaTri

 Imagem: esporteinterativo.com

 Contato: Vitor Franklin

3 Comments

  1. “Abel: Foi bem durante toda a partida e conseguiu corrigir o time no intervalo. Todas as 3 substituições foram acertadas (talvez Wagner pudesse ter entrado junto com o Marcos Jr.) e não colocou o Diguinho em campo, o que talvez tenha sido o seu maior mérito.”

    Não teria como concordar mais!

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