Está cansativo (por Mauro Jácome)

mauro jácome panorama green

A CRISE

Confirmada a previsão de que o futuro de Eduardo Baptista estava nas cartas jogadas contra Cruzeiro, Flamengo e Botafogo, o Fluminense mais uma vez está órfão.

O interessante, mas preocupante, é a celeuma que vira cada substituição no comando. Troca de acusações, discussões, justificativas, desculpas. E neste período pré-eleitoral então! E essa última foi mais “revolucionária” ainda. Caíram o técnico, o Vice de futebol e o gerente.

Exceto a do técnico, as dos demais foram meio obscuras. O Mário Bittencourt saiu porque o Profut não admite fornecedor participar da diretoria? Aliás, nem precisaria do Profut, né? Ou foi porque as contratações sob sua gestão foram desaprovadas? Ou o Peter acha mesmo que, como candidato, MB tem que ter liberdade de ação para a campanha? O Fernando Simone foi afastado ou demitido ou vai ocupar outro cargo? Voltar para Xerém, por exemplo? Já tem até um cara novo vindo aí: Jorge Macedo.

No Fluminense, tudo é uma incógnita. Alguns que parecem ser bons frustram e outros que ninguém dá nada vingam. Não falo nada ainda…

O TÉCNICO

Desde 2012, o Fluminense mergulhou num mar de equívocos e, para aumentar o desespero da torcida, passaram Renato Gaúcho, Cristóvão Borges, Enderson Moreira, Ricardo Drubscky e, agora, Eduardo Baptista. E essa turma veio depois de Cuca, Muricy e Abel, que deram alegrias e recuperaram a alma tricolor.

E agora? Quem vem lá? Levir, Cuca, Marcão, o filho do Zagallo, do Parreira ou do Felipão? Levir Culpi tem contra si restrições de parte da torcida com boa memória e que não perdoa com facilidade. Levir fez duras declarações, algumas até depreciativas, no passado. Aconteceu em 2000, na questão Botafogo x Gama e no Torneio João Havelange; aconteceu em 2012, quando insinuou que o Fluminense tinha conluio com a arbitragem. Se chegar, entra com uma carga a mais e enfrentará uma torcida que já está sem paciência ante a tanta trapalhada.

Cuca é, disparado, o preferido dessa mesma torcida. Cuca foi o responsável pelo “Fluminense mais Fluminense” dos últimos anos. Os times dele cumprem o verdadeiro objetivo do futebol: de preferência, ganhar jogando bem; senão, na alma. Isso conquista qualquer torcedor. No entanto, o técnico colocou algumas condições para voltar a trabalhar: só lá para maio, quando começa o Brasileiro. Parece que o comando tricolor não quer esperar tanto, como fez com Abel. Paira uma interrogação no ar: naquela época deu certo, daria com o Cuca? Vale à pena? Olha, se eu quem decidisse, esperaria, mas entram outras questões, como por exemplo, salário. E dizem que Cuca está pedindo uma caminha de dinheiro.

No Fluminense atual não é só a competência do treinador em montar um time que importa, também, a capacidade de administrar o grupo e a força das lideranças. Tem que saber direcionar esse poder para o bem. Cuca, Abel e Muricy conseguiram. Os outros sucumbiram.

O ELENCO

Depois de muita gente ruim que chegou em 2015, as contratações para 2016 foram mais pesadas. Henrique e Diego Souza custaram caro, mas ainda não conseguiram fazer valer o investimento. Claro que não só por culpa deles, mas muito por causa da fragilidade do time em campo. Pode ser que, com um cara que conheça do riscado, deslanchem. Eu acredito que dá.

Prosseguindo na lista do elenco, alguns estão há mais tempo, mas ainda não mostraram nada – Magno Alves, Jonathan e Osvaldo; outros são muito contestados – Gum, Wellington Silva, Giovanni, Pierre; Tem muita gente que caiu de produção – Cavalieri, Marcos Junior, Cícero, Edson, Marlon. E há o caso de Richarlison, que tem tudo para se dar bem com um treinador de qualidade, mas ainda não jogou pra valer.

Poderiam pensar em reforços? Sim, mas já gastaram muito e não acredito que investirão mais. A não ser num caso pontual. Mas dá para fazer um bom time porque, no Brasil, ninguém tem um superelenco.

O JOGO

É inaceitável o jogo jogado pelo Fluminense. Exceto contra o Cruzeiro, quando a estrela individual de Diego Souza brilhou e parecia que uma evolução tinha acontecido, a verdade é que não há qualquer sintoma dos treinamentos nos jogos. É um futebol aleatório. Nada parece ser planejado. O que acontece de bom é por acaso e o de ruim é porque falta o básico. As falhas individuais se amontoam. Não existe sistema defensivo. Quando é atacado, existe um clarão no meio-campo. Os lados do campo somente são explorados quando o adversário não assistiu a um VT do Fluminense. No ataque, é bola chuveirada para tentar achar o Fred.

Qualquer timinho com um mínimo de organização, de compactação, leva vantagem. No entanto, com a experiência que se tem dentro do campo, daria para fazer algo melhor, independentemente de técnico.

Enfim, vamos torcer para as coisas melhorarem, a começar por uma boa escolha do técnico, porque, na realidade, está tudo muito cansativo.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @MauroJacome

Imagem: mj/pra

1 Comments

  1. E vc nem comentou que se qq time correr um pouco mais, transforma nosso sistema defensivo num pandemônio.

    Meu velho Pai me contou, que dentro de campo quem organizava o time era o Gerson no tempo dele, hj nem isso temos, os líderes apenas gritam e pedem protagonismo, pq será?

    ST

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