Fluminense: reflexões e esperança (por Paulo-Roberto Andel)

Nas últimas décadas, quase todos os títulos do Fluminense foram marcados com times que já contassem com uma base da temporada anterior, até mesmo nas ocasiões que parecessem mais surpreendentes. Alguns exemplos: 1980, 1983, 1995, 2007 e 2010.

Assim seguindo esse costume, a torcida pela ansiada conquista da Libertadores passa pelo time atual do Flu, com a base montada no Brasileiro 2020. De cara, é possível falar de Marcos Felipe, Nino, Luccas Claro, Martinelli e os veteranos Fred e Nenê, ambos com importância comprovada, mas também carregando a necessidade de substituição no decorrer de vários jogos, porque o tempo chega para todos. Nenê divide opiniões: muitos consideram-no um maestro, muitos outros creem que sua retenção de bola mais atrapalha do que ajuda. Já Fred é inquestionável e só não joga se tiver problemas de contusão ou cartão.

Dos jogadores contratados, parece que o primeiro a ser titular é o lateral direito Samuel Xavier. Com a lista acima, são sete nomes. Para as outras quatro vagas e as substituições, roda-se Wellington, Hudson, Calegari, Luiz Henrique, Kayky, o impactante Caio Paulista e até mesmo Lucca e Ganso, dentre outros. Na lateral esquerda, o problema crônico permanece.

Depois de muitas cobranças e expectativas, a diretoria tricolor anunciou um pacote de cinco contratações a saber: David Braz, Manoel, Abel Hernández, Bobadilla e Cazares.

Ponto positivo: todos são jogadores experientes, acostumados à Libertadores, com longas trajetórias.

Ponto a avaliar: a princípio, nenhum deles vem para ser titular absoluto, com a possível exceção de Cazares, caso consiga driblar a eterna marcação da boemia – suas velhas arrancadas no Atlético são empolgantes, mas foi opaco no Corinthians. Por conta da briga física e garra, é de se esperar que Bobadilla seja bastante acionado no decorrer dos jogos e, aqui, acrescente-se mais um ponto positivo: o Flu precisa de mais garra no ataque.

Outras reflexões: com Cazares, Bobadilla e Hernández, o Fluminense inibirá substituições para a entrada dos jovens jogadores de Xerém? Manoel e David Braz compõem elenco ou planeja-se as saídas de Nino (jovem e com mercado internacional) e Luccas Claro (menos jovem, mas em ótima fase)? O pacote foi contratado com base técnica? Por favor, não me venham com scout, vide Felippe Cardoso.

São questões que cabem a Roger Machado.

Outra tarefa do treinador, sem piadas, será a de administrar um espaço que anda valorizado no Fluminense em campanhas recentes: o vestiário. Não parece simples juntar tantos jogadores calejados, veteranos e veteraníssimos, sem esperar conflitos em busca da titularidade.

No mais, ratificadas aqui as palavras de Owerlack Junior: foi surpreendente e veloz a contratação do pacote a suposto baixo custo – é que no Fluminense o custo só é possível de definir depois de certo tempo.

Uma coisa é certa: independentemente dos critérios e prioridades adotadas, o Fluminense passou a ter novas peças de teste. A dez dias da Libertadores, as expectativas de uma boa campanha na fase de grupos – e até no Carioca – aumentam. Lógico, tudo precisa ser confirmado dentro das quatro linhas e, por isso, esta coluna falou de contratações em vez de reforços.

Tudo parece ter mudado para melhor em uma semana e isso precisa ser levado em conta. Ao torcedor, cabe o sonho e, se possível, a razoabilidade para entender que não estamos falando de Rivellino, Paulo Cézar Lima, Doval, Carlos Alberto Torres e companhia.

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A caminho do aniversário de nove anos, mais de 20.000 páginas de conteúdo próprio (não é o ridículo copy-paste), 500 programas de TV e mais de 40 livros publicados por seus antigos e atuais colaboradores, o PANORAMA é uma presença que agrada a milhares de torcedores tricolores, mas também incomoda a alguns, especialmente picocelebridades da internet tricolor que, até de maneira um tanto exótica, se consideram muito mais importantes do que realmente são.

Os famosos “quem?”.

A estes, uma péssima notícia: incomodará muito mais.

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Falando em celebridades de verdade, com carreira e trajetória, o Quarteto do Rio estará no PANORAMA Especial do dia 26/04.

Trata-se do grupo que, por muitos anos, respondeu pelo nome de Os Cariocas, o mais importante quarteto vocal da música brasileira.

Formado por Neil Carlos Teixeira, Elói Vicente, Hernane Castro e Leandro Freixo, o Quarteto do Rio é um núcleo tricolor da música brasileira. Por isso, a conversa sobre música e Fluminense promete.

2 Comments

  1. Andel, o critério pra contratar do clube é buscar atletas em fim de contrato e sem custos. Só abriram o bolso com Bobalhão, digo, Bobadilha… e é assim que ‘descobrem promessas’ como Rafael Ribeiro, Caio Cardoso, Felipe Paulista entre outros ‘achados’ desta operosa diretoria.

  2. A chegada destes jogadores empolga, mas também preocupa pela falta de tempo para o entrosamento.
    A zaga composta por Manuel e David Braz, pode substituir Nino e Lucas Claro em momentos pontuais, mas não creio que mudará a titularidade.
    Ainda acho necessário algum jogador na frente da área. Um volante estilo Marcão.

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