#EntregaFlu (por Walace Cestari)

entrega 2015 hector werlang

Não importa o que aconteça, parece que o mundo conspira para que o Fluminense seja sempre o protagonista de todas as histórias. A última rodada do Brasileirão não será diferente e o tempero da imprensa, aliado ao destempero passional de torcedores diversos dão gosto apimentado a uma rodada que não nos teria a menor importância.

Nas redes sociais a hashtag #entregaFlu vem se disseminando e contando com o apoio – evidente – das torcidas de Flamengo e Botafogo (nada é mais cômodo do que prejudicar um rival torcendo pela derrota do outro), mas também com o apoio de muitos tricolores.

Vascaínos, desesperados, incorrem no erro de provocar agressivamente o Fluminense para que honre a esportividade do campeonato. Uma equação repleta de variáveis e sentimentos, razões e justificativas, uma novela de vinganças que demonstra as ironias da realidade, ensinando a todos que, sempre, o mundo dá voltas.

O clima de “guerra” entre Fluminense e Vasco é antigo. O Odorico Paraguassu da Colina há anos não só provoca o Tricolor como usa de suas manobras políticas e contatos na mídia para prejudicar o Fluminense. Foi assim na tenebrosa fase dos rebaixamentos, foi assim na invenção da mentira de que tenha nos ajudado a “subir” (lembremo-nos que o Charuto da Colina alegou que jogar o módulo inferior da João Havelange era uma vantagem para o Flu que ele não aceitava).

De lá pra cá, fanfarronices como ameaçar não pagar o bicho em caso de vitória sobre o Flu, inúmeras declarações provocativas na imprensa, a birra pelo lado da arquibancada do Maracanã e tantas outras mais, repetidas inclusive em campo pelos profissionais que deveriam passar longe desse comportamento infantil.

Entretanto, este Odorico mal amado também age para prejudicar o Fluminense financeiramente, usa da Ferj para perseguir o Tricolor e manipula o campeonato carioca de forma a prejudicar repetidamente o Eterno das Laranjeiras. Ora, por que então ajudá-los?

Esses argumentos vêm à boca de qualquer torcedor tricolor desde o último final de semana. A imprensa, ávida por histórias, coloca na conta do Fluminense uma parcela da responsabilidade por um possível (diria provável) rebaixamento da equipe luso-brasileira.

É aí que residem as manipulações. Ora vejam! O Fluminense não rebaixará o Vasco de maneira alguma. Afinal, rebaixado é quem não consegue pontuação para ficar entre os dezesseis mais bem colocados do campeonato. A posição do Vasco foi conseguida por seus próprios (de)méritos. Incluindo aquele de ter sido derrotado por nós no segundo turno.

O Fluminense não jogará domingo pelo Vasco. Nem contra. Entendo que os torcedores queiram a vingança de ver o dirigente dos charutos viajar para os confins da Sibéria. Mas isso não pode passar para o campo. Lá, onde o profissionalismo impera, deve-se respeitar a instituição. E falo do Fluminense.

Entretanto, o que me deixa feliz é não precisar de pontos neste jogo. É jogo difícil, na casa do adversário, que precisa desesperadamente de uma vitória. Nós, nesse segundo turno, somos um arremedo de equipe que acumula derrotas como quem guarda quinquilharias no armário.

Joguemos com tranquilidade, para honrar nossa camisa. Não abdiquemos da vontade de vencer. Independentemente a quem vá favorecer o resultado. Até porque, essa onda da imprensa vem para culpar o Fluminense de algo que ainda nem aconteceu e que desmerece, por exemplo, a equipe do Coritiba, que parece ter perdido o jogo para o Vasco de antemão.

Cada qual que cuide de sua grandeza. Temos de olhar para 2016. E despedir-nos com dignidade. Sem se preocupar com aqueles cuja dignidade não pode ser encontrada em seus dirigentes. Esses experimentarão do veneno que destilam sozinhos. Ainda que, como costumam fazer os incompetentes, busquem culpar os outros.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Imagem: Hector Werlang/Globoesporte

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