Esperança, paciência e entrega tricolor (por Walace Cestari)

Valha-me o verde, qu’esperança não é coisa que se perca. Por outro lado, paciência é algo já perdido. Xinga time, técnico, torcida, jornalista ou inocente transeunte que se meta no caminho. O momento é de tensão e todos têm tesão em criticar. Cada um sabe mais da culpa da crise que qualquer outro e vejo as estúpidas disputas de quem é mais torcedor surgirem fora de hora.

Não quero culpar diretoria, jogadores, técnicos, grupos políticos ou deuses do futebol pela situação por que estamos passando. As responsabilidades, sem dúvidas, devem ser apuradas, mas não é o fundamental no momento. Não quero saber se nossa receita é de time pequeno. Passamos anos com receita de Barcelona com a Unimed e namoramos a série B da mesma maneira.

Tem gente que tem culpa e sabe que tem. Mas agora é pensar um pouquinho em salvar o ano, porque a derrota é de todos, não adianta fingir que será só de alguns. Esqueçamos ternos, gravatas, números e gestores: O FLUMINENSE É UM CLUBE DE FUTEBOL E ESTÁ COM O FUTEBOL EM CRISE. Entendam isso, antes de qualquer esdruxulosidades que vossas excrescências inventem.

Dito isso, ainda confio no Abel. Se é para estar em uma situação ruim em que precisamos confiar que alguém está preocupado em sair dessa, é melhor estar ao lado do Abelão. Ele entende a grandeza do clube e se preocupa com o destino das três cores. Não concordo muitas das vezes com suas escalações e mudanças, mas sei que ele pensa que é o melhor. Confio no Abel porque sei que ele é competente e isso não se perde de uma hora para outra. Além disso, poucos têm sua hombridade para reconhecer erros e buscar coisas distintas.

Meus medos, quer dizer, dedos, digitam temerosamente (péssimo advérbio) pensando em nosso futuro. Em primeiro lugar vou apanhar pelo que vou dizer: QUE SE DANE A SULAMERICANA. Não temos time no momento para disputar a competição sem correr riscos no Brasileirão. Por isso, escalemos reservas, jovens e quem precise ganhar ritmo nos dois jogos contra o Flamengo.

Treinemos. Não podemos mais perder peças. Precisamos recuperar Sornoza e Scarpa. Precisamos acertar o ataque para produzir situações de gol: nosso ceifador merece isso. Temos de reconstruir volantes, zaga e laterais para conseguirmos resistir às pressões e não tomarmos gols bobos. Devemos torcer para que Cavalieri tenha mesmo voltado gigante.

Temos 12 jogos pelo Brasileirão, 31 pontos e faltam 15 para chegar a 46. Temos tempo, temos tabela. Não podemos dar mole de não ter time. Desses doze, são dois clássicos, um contra o Flamengo (próxima rodada) e outro contra o Botafogo. Não são nossas prioridades, pois nossos adversários estão mais bem arrumados que nós. Um empate nesses dois jogos já está muito bom.

Fora de casa pegaremos a Chapecoense, o Cruzeiro, o Corinthians e o Atlético-GO. Somos eternos fregueses da Chape e não imagino que aprontemos nada em Minas ou Itaquera. Contra os rubro-negros goianos, na última rodada, espero não precisar de pontos. Mas, acho que desses jogos, esse é o único que marcaria uma vitória nossa.

Já os jogos em casa decidem nossa vida. A sequência é Avaí, São Paulo, Bahia, Coritiba, Ponte e Sport, praticamente todos adversários diretos, candidatos à mesma lama. Seis jogos para ganhar cinco e pensar no planejamento de 2018. Um tropeço e estaremos no fio da navalha. Vamos abraçar o time? Esse sempre foi o papel de nossa torcida e nunca foi diferente. Entendam apenas que não faz sentido passar por isso de novo, nós não podemos ser iludidos desta forma.

Bandeira branca, façamos as pazes com o time. Vistamos verde para apoiar com esperança. Que atletas mostrem o sangue encarnado em campo. É só isso até dezembro. Depois, precisaremos conversar.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

2 Comments

  1. Treino é treino, jogo é jogo! Temos que entrar com tudo contra o Flamengo, suar sangue, lutar pela vitória até o apito final, mesmo que esstejamos ganhando o jogo. Queremos um time de futebol. Não jogamos xadrez. Medo, nenhum. Vamos jogar futebol. Não tem que pedir paz na torcida, pois os caras que escrevem por aí, não tão n’en ai pro arrego.
    Apoiar o time, combater os sacanas, formar o time. 2018 seremos fortes. Espero que o panorama abra o debate sobre quem deve governar o futebol.
    ST

  2. Pânico! O pânico nunca é bom conselheiro, geralmente é a morte sua consequência. O fluminense é um time em construção que será agora reforçado por jogadores que vêm de lesões. O flu das próximas semanas será mais forte. A sua contagem não é realista, ela é pessimista, espero que você não endossé o coro pelo Papa morto. Aqueles que sempre dirigiram o Flu, durante décadas são os culpados da atual realidade. Aristocracia Tricolor. Natural uma revolução no Flu. Continua…

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