Editorial – O Tricolor no fio da navalha

A dez dias da decisão da Libertadores, o Fluminense coleciona maus resultados esportivos nas últimas semanas.

Apesar de ter conseguido chegar à final da sonhada competição, é nítido que poderia não ter conseguido, principalmente nos dois jogos da semifinal contra o Internacional.

Mesmo assim, trata-se de um momento crucial: chegou a hora da disputa final. Por isso, todos os esforços devem ser direcionados em busca do último título que falta ao Fluminense. É o mais importante de tudo.

Contudo, não adianta tapar o sol com a peneira, nem se apegar a crendices: o Flu perdeu o bom futebol que tinha e, para ser campeão, é possível que precise fazer uma partida muito mais focada na garra e atitude do que qualquer outra coisa.

O que pode fazer o Fluminense campeão é o seu desempenho em campo, não o estúpido embate entre batalhões de anônimos nas redes sociais, decidindo quem é o “maior tricolor de todos os tempos”, com todo o ridículo contido nisso. Ridículo e patético.

É hora de somar todos os esforços a favor do Tricolor, longe de significar o maravilhoso mundo de Pollyanna, onde tudo é belo e perfeito. Estamos no fio da navalha.

Os que conhecem a história do Fluminense sabem muito bem: arquibancada não é boate e torcida não é micareta. Muitos dos grandes títulos conquistados pelo clube foram consequência de muitas cobranças de seus torcedores. Da mesma maneira que a beira do campo não é lugar de chiliques coléricos.

Que a lucidez seja a tônica do CT nos próximos dias. Todos precisamos dela. A começar por Fernando Diniz.

O Fluminense pode muito bem ser campeão sem o sofrimento que temos visto nas últimas rodadas. E todos merecemos esse título.

Não podemos falhar no campo.

Não podemos.

Até segunda ordem, o resto é menor.