Num clube que parece querer irritar seus torcedores diariamente com notícias surreais, desta vez o Fluminense ofereceu uma grande alegria aos seus torcedores anunciando a contratação de Marcelo.

Do ponto de vista midiático e de marketing, não resta dúvida que o acerto foi colossal. E os torcedores têm mais é que comemorar. Imagine, eles que aturam os Cris Silvas da vida…

Agora, depois da festa e da euforia, restará saber se o resultado de satisfação coletiva também se dará no campo, no retorno esportivo.

Afinal, o Fluminense é um clube de futebol e não uma agência de propaganda.

Por sua vez, Marcelo está na fase final de sua carreira e vem de um momento desfavorável. Desde antes de sua saída do Real Madrid, vinha em declínio absoluto que se confirmou na Grécia.

Foi um grande jogador e não cabe contestação nisso, mas terá condições de exercer o canto do cisne dentro das quatro linhas?

Num clube com uma dívida assombrosa, maquiada com balanços ressalvados, que não consegue fazer dinheiro novo sem rifar imediatamente suas revelações abaixo do preço de mercado, pagar Marcelo exigirá a desmontagem da espinha dorsal do Fluminense, composta por André, Martinelli e Arias? Ou o Flu abrirá mão de desperdícios mensais de dinheiro, como nos casos de Felipe Melo e Willian Bigode?

São perguntas que o tempo irá responder.

Este PANORAMA torce ardorosamente pelo sucesso esportivo de Marcelo, por mais que se preocupe com o que cerca a contratação, e também para que não se repita a mesma decepção de sete anos e meio atrás, quando Ronaldinho Gaúcho foi contratado.