Sem invenções, Diniz! (por Paulo Rocha)

Futebol é bola na rede. Portanto, não venham com esse papo de que a atuação no Fla-Flu deixou a torcida tricolor feliz. Alguém gosta de acordar na segunda-feira após ter perdido para esses caras? Ainda mais depois de um bom período (inclusive com conquista de título) sem que isso acontecesse? Perdemos. Foda-se que jogamos bem.

A derrota pode ser creditada não somente à grande atuação do goleiro adversário, mas ao equívoco de manter Yago como lateral-esquerdo. O rival construiu por ali o seu triunfo. Foi uma invenção do Fernando Diniz. Testada, anteriormente, contra um time no qual demos de dez. E colocada à prova num Fla-Flu.

Diniz ainda está no crédito. Seu saldo é positivo até agora, mas ele precisa parar de inventar, fazer o lógico. Seu esquema, sua maneira de fazer o time jogar são positivos. Mas a escolha das peças é importante para que tudo dê liga.

Acho que Yago ainda pode ser usado na direita, até porque não temos material humano de qualidade para a posição. Na esquerda, nunca mais. Não é possível que entre Cris Silva, Pineida e Marlon não se consiga algo pelo menos razoável. Afinal, custaram uma boa grana.

No meio-campo, chega de Wellington. Que André seja recuado para sua posição original e ganhe a companhia de outro volante hábil, seja Nonato ou Martinelli. Arias também não pode ficar de fora em hipótese alguma, é um jogador raro, que parte para cima e arrisca.

Já no ataque, aproveitemos Luiz Henrique enquanto o temos e preparemos Matheus Martins para assumir a vaga. Quanto a Cano, nem há o que dizer. Matador nato. Mas precisa de um substituto eventual: John Kennedy pode ser esse cara, até pelas características parecidas.

Ou seja, há peças para fazer um time interessante. Mas Fernando Diniz não pode inventar coisas que fogem à nossa compreensão. Que a semana de treinamentos seja proveitosa. Afinal, temos que vencer o Juventude em Caxias do Sul. É uma tarefa complicada, mas possível de ser executada com êxito. Basta não inventar.