Crescer na adversidade (por Paulo Tibúrcio)

A vida é feita de altos e baixos. Não entender isto ou achar que nunca passamos por momentos ruins é pura ilusão. Estamos sempre sujeitos a adversidades. Há quem prefira fugir, desesperar-se ou simplesmente arranjar um culpado. Porém, uma vez inevitáveis, só nos resta passar por elas da melhor forma e, se possível, aprender alguma coisa.

É fato que o Fluminense não passa por um bom momento, tanto dentro como fora de campo. Nada de muito grave ou preocupante, pelo menos por enquanto. Mas, certamente, o time que vinha encantando a torcida caiu de produção e tem apresentado maior dificuldade nas partidas. Os resultados dos últimos jogos refletem bem esta situação.

Estamos sofrendo bastante com desfalques. São oito contusões, jogadores fundamentais para o esquema tático do time. Não dá para perder Sornoza e Welington Silva e achar que o time vai manter o mesmo rendimento. Douglas e Orejuela (convocado) também fazem falta. Para piorar, tivemos uma grande infelicidade na grave contusão do promissor Luiz Fernando, que ficará dos fora dos jogos durante todo o ano. O time tem batalhado em campo, jogando com muita vontade e entrega, disto não podemos reclamar (A pichação contra o time não fez o menor sentido). Eu fico na dúvida se esta forma de jogar não torna a equipe mais suscetível a contusões.

Conforme falado em colunas anteriores, é necessário que o Fluminense contrate jogadores. Mesmo sabendo da dificuldade financeira que o clube passa. O elenco precisa ser encorpado. Não falo de trazer craques, mas jogadores que possam acrescentar força e experiência à equipe. Contratações cirúrgicas, não tem espaço para erro.

Não bastasse os problemas relacionados ao elenco, também sofremos com questões extracampo. A tentativa de contratação do Richarlison acabou tomando proporções maiores do que deveriam, conturbou o ambiente e prejudicou o time. É necessário maior cuidado e atenção neste tipo de transação. Fora isto, o embate de sempre entra oposição e situação em torno do tema. Isto não leva a nada. Na minha opinião: A pressão pela negociação do Richarlison será grande, não creio que ele ficará muito tempo no clube. Em uma oferta de 40 milhões pelo atleta, se metade disto entrasse limpo para o Flu, estaria de bom tamanho. A não ser, é claro, que se tenha outra negociação mais vantajosa em andamento.

A questão do estádio ainda não foi resolvida. Por enquanto, contamos com o Maracanã, mesmo que de maneira deficitária. Dadas as condições do Giulite Coutinho, existe a possibilidade de não contarmos com este estádio. Ficamos à mercê de decisões externas. Mais um ponto que precisa ser planejado. Ter uma previsão de onde serão realizados os jogos como mandante é fundamental como referência para a torcida.

Diante todos estes problemas, resta ao Fluminense, no jogo de hoje, jogar com disposição. Porém, de maneira inteligente, sem desgastar o time. Não podemos correr o risco de mais contusões. Com a falta de opções defensivas no meio de campo e pelas características do time do adversário, eu pensaria em uma escalação com três zagueiros. No mais, é torcer pelo talento da garotada e o bom momento do Henrique Dourado.

As fases ruins ensinam e fortalecem, mas não é bom nos acostumarmos com elas. Que o Fluminense volte ao caminho das vitórias.

Panorama Tricolor

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Imagem: bit