Comprar, não: fazer craques (por Marcus Vinicius Caldeira)

O presidente eterno, Francisco Horta, deu uma declaração esta semana que o Fluminense deveria comprar o um craque porque isso atrairia a torcida, apoio, mídia, marketing etc. É inegável que ter craque no time – ou craques – é o objetivo de qualquer clube. É inegável também que Horta fala com conhecimento de causa, pois montou um dos maiores times de futebol de todos os tempos no mundo: a famosa Máquina Tricolor.

Da mesma forma que fez o time, o desmontou. O time recheado de craques como Roberto Rivelino, PC Caju, Mário Sérgio,  Doval, Delei, Edinho, Torres, Búfalo Gil, Doval e outros durou pouco. Entre ascensão e queda, pouco mais de três anos. Efêmero demais.

Não há dúvida que times de futebol têm de ter craques. Se possível, onze deles. Mas por que comprar e não fazê-los? O dinheiro está escasso no Brasil, assim como os próprios craques. Todos vão para a Europa ou o Oriente Médio encher “a burra” de dinheiro. Quando voltam – salvo raras exceções -, é porque já estão velhos ou “bichados”. Ainda voltam caros demais e cheio de mimos (de novo, tirando raríssimas exceções). Será que vale a pena?

Um Fred com 32 anos, em declínio, custa um milhão/mês ao Galo. Que título vai trazer esse ano? Todo mundo queria Nem, Cícero, Thiago Neves, Conca e Sobis. Ídolos e campeões pelo Flu. Mas, já na última volta do ponteiro, qual desses aí está jogando e bem? Só Thiago Neves.

Precisamos inverter essa lógica. Temos reconhecidamente uma das melhores bases do Brasil. Tem de seguir investindo nesse caminho. Formarmos os nossos craques, inclusive como cidadãos e homens. Fizemos isso no passado e estamos resgatando isso. É bom porque aliamos juventude e técnica à vontade de vencer na vida. É bom porque os salários são plenamente pagáveis e porque no final ainda rende dinheiro para o clube. É bom porque podemos ser campões, sim com craques formados na base, como já provamos no passado e como Santos já provou recentemente.

É o melhor, dá perenidade e futuro ao clube. Chega dese imediatismo louco, inconsequente e irresponsável.

Horta, como o senhor, quero craques.

Todos feitos em casa!

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @mvinicaldeira

Imagem: mvc

3 Comments

  1. Perfeito ! Papel e microfone aceitam qualquer coisa e mesmo tendo sido sensato na entrevista, Horta deu uma “jogadinha pra galera”, pois certamente sabe que os tempos em que havia um Rivelino acessível e à disposição já acabaram há muito tempo.

    Desafio os que se assanharam com a declaração do “Presidente Eterno” a citar um “grande craque” disponível e viável para os padrões nacionais. Xepa véia não vale.

    ST

  2. Fazer,utilizar e quando chegar a hora de vender,ter um minimo de controle da situação para não ficar a mercê de empresarios e beicinho de jogador
    Para isso tão importante quanto a contratação do M.Vinicius e do Emanuel,seria um nome dessa envergadura para comandar Xerem,que entendesse de futebol e não se curvasse a empresários , deve existir alguém

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