Com os pés no chão (por Rods)

rods green b

Sejamos francos, a eliminação na Rubens Liga nos tirou um pouco daquele gostinho de alegria que temos na boca desde quarta-feira passada. Obviamente, não é o insucesso em um arremedo de campeonato que vai apagar o triunfo na Primeira Liga. O problema é que foi feio, bem feio. Como meu amigo João Leonardo colocou em seu texto de ontem, fosse o Botafogo um time minimamente qualificado, eles teriam nos devolvido o 7 a 1 de 94 com juros e correção monetária. Os últimos cinco minutos beiraram o ridículo.

A propósito, não posso me esquecer de dar os parabéns ao Ricardo Gomes. Independente de comandar o segundo time da federação, ele fez um verdadeiro milagre com aquele elenco. Obediência tática, consciência das fraquezas e vontade de ganhar fazem a tônica em General Severiano. Porém, não tenho a mínima confiança que isso será o suficiente para o Campeonato Brasileiro.

Mas voltemos ao que interessa. O Fluminense precisa seguir em 2016 com os pés no chão. Absorver as lições recebidas até agora. Por bem, hoje temos Levir Culpi no comando tricolor. Um técnico experiente, competente e consciente. Ele sabe ler o jogo e sabe ler os jogadores.  Bem diferente de Drubscky, que era derrotista, de Enderson Moreira, que era limitado e, por fim, de Eduardo Baptista que era deslumbrado.

Entre as qualidades do Levir, está a de reconhecer as limitações da equipe. Não se deixou levar pelo título e fez questão de deixar claro que o Fluminense precisa de ao menos dois ou três reforços para ser competitivo no Brasileirão. E não adianta trazer o “Zé das Couves”. Vários nomes já apareceram, principalmente nas redes sociais, mas hoje temos apenas a volta de alguns dos garotos emprestados.

Imagino que seja da opinião de todos que, por ordem de importância, precisamos de:

Um “camisa 10”

Pode-se dizer que hoje essa função é exercida pelo Gustavo Scarpa. Mas Gérson, que joga ao lado dele, vai embora. O ideal é trazer alguém que possa ajudar a liderar o time dentro de campo e ajudar na formação do próprio Scarpa. Se tivesse um outro “Deco” dando mole por aí, seria o ideal. Wagner andou cavando sua volta, mas não o vejo como uma boa escolha.

Um Lateral direito

Acredito que o Wellington Silva esteja vivendo seu ápice profissional com o Levir. É claro que ele ainda dá muita mancada, mas rendendo como está, não é preciso arrumar um lateral esquerdo para devolvê-lo para à direita. Marcos Rocha seria o nome ideal para essa posição. Jogador de garra, força e velocidade. Jonathan evoluiu bastante e deve melhorar ainda mais, porém, já deu mostras que não podemos contar com ele para a temporada completa.

Um atacante de velocidade

Eu sempre acreditei que o Marcos Júnior poderia deixar o Wellington Nem no chinelo, mas hoje vejo que não é o caso. É provável que o nosso “Resolve” mantenha apenas seu status de xodó, entrando no decorrer de algumas partidas pra fazer correria. Talvez o Levir seja o técnico para trazer à tona o potencial que eu enxergava, mas é melhor não arriscar. Já o Osvaldo deixou claro que sua vontade de jogar não pode ser questionada torcida, mas também mostrou suas várias limitações. É melhor que ele nos surpreenda às vezes do que nos decepcione quase sempre. Precisamos de um titular.

Um cabeça-de-área

Assim que chegou, Levir já resolveu um grande problema nosso: a proteção da zaga. Há anos jogando com volantes que gostam de atacar, o peso das derrotas caía muitas vezes nos ombros da zaga. Com Pierre como titular, isso já não é sempre um problema. Porém, Pierre, com 34 anos, já começou seu fim de carreira. Precisamos de um “cão-de-guarda” com mais pulmão, por assim dizer. Não vejo o Douglas jogando nessa posição e o Edson já mostrou que, se deixarem, ele corre até o gol adversário.

Como eu disse, acredito que os reforços devam ser buscados nessa ordem. Caso não tenhamos sucesso ou caso optemos pelos nomes errados, somos um time de meio de tabela, talvez, com sorte, para brigar pela vaga na pré-Libertadores. O possível sucesso do Richarlison no Flu também é um fator importante a ser levado em conta.

“Mas peraí, Rods! Fomos campeões, pô!”

Sim, claro. Quem sou eu para desdenhar o título da Primeira Liga. O problema é que eu não a vejo como termômetro para o Brasileirão, um campeonato longo com a necessidade de elenco forte e de buscar pontos na casa do adversário. Pelas suas características, vejo, sim, a Liga como parâmetro para a Copa do Brasil.

Se tivesse que apostar hoje em um dos campeonatos nacionais, apostaria apenas na Copa do Brasil. Mas se for possível preencher as lacunas que citei, não vejo porque não apostar nos dois. Sempre com os pés no chão.

Nos acréscimos

– Não sei se a responsabilidade cabe também ao Levir ou se cabe apenas ao próprio Fred. Mas é fato que, já que ficou, precisamos recuperar nosso capitão. Ele não pode seguir apagado em campo. Em nome do próprio Fluminense, é preciso resgatar o Fred de 2013

– Clássicos… estamos levando uma verdadeira lavada em termos de clássicos nos últimos anos. Tenho uma teoria: os nossos jogadores olham para Flamengo, Vasco e Botafogo como times quaisquer e não deixam a camisa crescer, a força da rivalidade fornecer aquele gás a mais. Sendo assim, ficamos sempre em desvantagem. Talvez, quem sabe, falte um “banho” de Fluminense aos nossos jogadores.

– Meus risos para a FFERJ e sua petulância em querer dar pitaco na Primeira Liga.

– Confusão anunciada nas eleições do Fluminense… ê laiá…

ST!

Panorama Tricolor

@Panoramatri @Rods_C

Imagem: Rods / PRA

4 Comments

  1. A última vez que jogamos um clássico como deve ser jogado, ganhamos.

    De resto, muito sensato, Pirlo queria jogar no Brasil, sonho meu…rsrsrs

    ST

    1. Exatamente, Gaia.

      Olha… quando falaram no Deco, eu não acreditei e nem achei alguém que acreditasse. Quem sabe? Hehehehehe…

      Abração e ST!

  2. Boa análise e concordo em quase tudo, menos na questão do lateral. Acredito que se na esquerda o Wellington já tá rendendo tão bem, na direita disputando vaga com Jonathan vai ser ainda melhor
    Dessa forma minha sugestão seria o Flu fazer algumas trocas devido a falta de dinheiro pra contratar. Iria no sao paulo e oferecia o Cavalieri pelo Mena + Kardec ou Centurion e voltava a falar com o Atlético pra mandar o Fred pra receber o Dátolo + Rafael Carioca, assim o time ficava mais equilibrado

    1. Fala, Daniel!

      A sua saída poderia ser uma boa, ainda mais se nas trocas conseguíssemos um troco. Mas esses jogadores, hoje, não estão lá muito regulares.

      De qualquer forma, eu pontuei o que acho mais importante buscar. É certo que podemos nos valer do Wellington Silva na esquerda, então não precisamos mexer lá agora. Temos um bom tempo para trabalhar o Léo Pelé. Potencial, eu sei que tem.

      Abração e ST!

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