Em câmera lenta (por Paulo Rocha)

PAULO ROCHA

A derrota para o Palmeiras, que tirou a invencibilidade do Fluminense no Campeonato Brasileiro, era previsível. Afinal, o time paulista jogava em casa, vinha de derrota e possui uma boa equipe. Além do fato de, quando atua em seu moderno estádio, receber sempre apoio maciço de sua participativa torcida.

Dava para sentir, antes do jogo, que dificilmente traríamos ponto do Allianz Arena. Vínhamos de um empate em casa com o Santa Cruz; nesta partida, em que pese o pênalti inventado pelo árbitro nos minutos finais, fomos irregulares demais. Tivemos um apagão no qual levamos um gol, mas viramos na raça e fomos castigados no final – mesmo com o pênalti inexistente, recuamos e permitimos que os pernambucanos chegassem à igualdade no placar.

O que realmente me surpreendeu no jogo com o Palmeiras foi a diferença de velocidade das equipes. Enquanto os alviverdes davam a impressão de estarem ligados em 220v, os tricolores pareciam ter os pés presos em areia movediça, quase em “slow-motion” (lembram deste termo?). O cara que mais me impressionou no time deles foi o tal de Roger Guedes, que se movimentou pelos lados do campo e deitou e rolou tanto em Jonathan quanto em Wellington Silva.

Longe de mim querer apontar uma solução – apesar de amar o Fluminense, não sou pago e sequer me julgo com capacidade para quebrar a cabeça com isso. Mas Levir Culpi, que é um cara esperto, precisa descobrir logo o foco do problema. Fomos amassados pelo Palmeiras e 2 a 0 ficou até de bom tamanho. Domingo, temos o Botafogo pela frente, um rival que já nos bateu duas vezes este ano (e só não foram três graças a um gol espírita de Gum). Temos obrigação de resgatar a nossa dignidade.

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Pode até não dar certo, pois o futebol é imprevisível. Mas pelo que vi Maranhão jogar (principalmente na vitória de 3 a 2 da Chapecoense sobre o Fluminense, ano passado, pelo returno do Brasileiro, no Maracanã), creio que teremos um jogador no mínimo interessante como opção para o ataque. Mas precisamos do tal camisa 10, aquele que é tão difícil de encontrar. E para ontem.

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Muricy não pôde ficar? Pois os urubus foram atrás de Abel. Não me surpreende. O futebol deles já nasceu, no limiar do século passado, de uma tentativa de nos imitar. Menos mal que Conca renovou contrato por mais dois anos com os chineses. Por falar nisso: qual será então o trunfo de Celso Barros nas eleições tricolores deste fim de ano?

Panorama Tricolor

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Imagem: parro