Brasileiro, Sul-Americana e o de sempre… (por Aloísio Senra)

Tricolores de sangue grená, ainda que nos faltasse fôlego a quase meio Everest de altura, o time foi guerreiro e, no final, respiramos todos aliviados com a classificação no pasto de Potosí. E se o clima de montanha nada teve de glamouroso, pelo menos a descida da ladeira foi calorosa, com recepção no aeroporto digna do esforço coletivo realizado na Bolívia. Será que agora vai dar pra respirar um pouco? Claro que não, já temos um clássico contra o Botafogo pelo Brasileirão, em plena segunda-feira. Mais uma dos “jênios”. Pelo menos agora teremos um pouco de paz com essa classificação suada e aguerrida, e podemos esquecer um pouco das internas do Flu, não é mesmo? Claro que não, Marcus Vinícius Freire, diretor executivo, caiu fora do Flu e o Autuori já pôs as barbas de molho, podendo ter o mesmo destino. Essa notícia me deu até falta de ar.

A verdade é que anda muito difícil para qualquer torcedor do Flu ter pelo menos 24 horas de paz. Se não é algo que a própria diretoria inventa, é algo que ela demora a desmistificar e combater, como aquele anúncio desagradabilíssimo de vaga para estágio no Jurídico do clube, que parece ter sido produzido na década de 10 do século passado. A política turbulenta, em que temos uma situação claramente despreparada para as intempéries e uma oposição em estado permanente de piromania, atentando contra o circo semana sim, outra também, desejando que ele arda em chamas para que eles próprios sejam os bombeiros, não nos deixa nem mesmo pensar em quem poderão ser nossos adversários na Copa Sul-Americana. Vamos a eles, na falta de coisa melhor pra discutir.

San Lorenzo, Atlético-PR, São Paulo, Botafogo, Caracas, Deportes Temuco, Lanús, Deportivo Cali, LDU, Nacional-PAR, Cerro-URU, Sol de América, General Díaz, Deportivo Cuenca, Rampla Juniors, Defensa y Justicia, Sport Huancayo, Boston River, El Nacional e Cólon são os adversários em potencial do Fluminense já conhecidos. Banfield e Jorge Wilstermann também integram essa lista, pois foram as duas melhores equipes eliminadas na pré-Libertadores. Uma vez que a Segunda Fase da Copa Sul-Americana será decidida via sorteio (dia 4 de junho), e ainda aguardamos tanto o confronto entre Bahia x Blooming (a ser realizado dia 23 de maio), valendo a última vaga da fase classificatória da competição, quanto a definição dos oito terceiros colocados da fase de grupos da Libertadores, é impossível fazer prognósticos mais profundos. No momento, Defensor, Colo-Colo, Peñarol, Santa Fe, Unversidad de Chile, Estudiantes, Deportivo Lara e Boca Juniors seriam os clubes advindos da Libertadores, mas ainda faltam duas rodadas para definir isso.

Dos já conhecidos, o San Lorenzo me parece o mais forte, mas o Lanús também costuma incomodar. Dos brasileiros, o Atlético-PR me parece o que está num melhor momento. Só realmente não gostaria que o Fluminense fosse jogar novamente na altitude, o que fatalmente teremos que fazer se enfrentarmos o Jorge Wilstermann, a LDU, o Deportivo Cuenca, o Sport Huancayo ou o El Nacional, pois essas equipes normalmente jogam em Cochabamba (2.570m), Quito (2.850m), Cuenca (2.560m) e Huancayo (3.259m). Vindos da Libertadores, poderemos encarar ainda o Bolívar (3.640m, La Paz), Atlético Nacional (1.495m, Medellín), Idependiente Santa Fe (2.640m, Bogotá), Real Garcilaso (3.399m, Cusco) e Millonarios (2.640m, Bogotá). Ou seja, torçamos para que esquivemos de pelo menos nove confrontos potencialmente extenuantes para os guerreiros tricolores. É sempre melhor manter os pés e o pulmão no nível do mar.

Voltando ao Brasileirão, é muito ruim sermos os últimos a jogar (juntamente com Ceará e América-MG), porque podemos ser ultrapassados por Sport, Atlético-PR e São Paulo antes mesmos de entrarmos em campo. Também podem chegar à mesma pontuação nossa Internacional, Cruzeiro e Bahia. Porém, analisando o cenário, não será uma catástrofe completa. Se tudo der errado, perderemos somente três posições antes do Clássico Vovô e, vencendo-o, a possibilidade de G6 (quiçá G4) é muito real. Sei que o esquadrão verde, branco e grená voltou muito cansado da Bolívia, mas é plenamente possível derrotar o Botafogo novamente e provar que aquele 3 a 0 na Taça Rio não foi um mero acaso. Se assim for, com 10 pontos poderemos realmente dar uma relaxada e adquirir um novo fôlego na tabela para os compromissos vindouros. Rumo à vitória!

Curtas:

– Em 2007, o queridinho da mídia enfrentou o Real Potosí nesse mesmo pasto que jogamos contra o Nacional. Lembram-se do episódio? Na época, houve uma solidariedade sem fim para com o mais protegido. Hoje, cadê os protestos intensos contra jogos na altitude? Infelizmente a coisa só pende para um lado na mídia esportiva brasileira, sempre.

– Contrate.
Logo.
Um meia.
Abad.

Pensando bem, traga logo dois.

– Que promoção de ingressos mais… meh. Tá difícil aprender a fazer o simples.

– Caso Scarpa, que fim levou? Caso Diego Souza, o que se resolveu? Seria salutar atualizarem a torcida de tempos em tempos, através de notas oficiais, em vez de ficarem reclamando de tudo o que sai na mídia alternativa do Fluminense a respeito dessas matérias…

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

#JuntosPeloFlu

Imagem: alo

1 Comments

  1. Fazendo uma correção: são dez potenciais confrontos na altitude, e não nove. Que possamos evitar essa dezena de tiros na nossa direção com alguma sorte.

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