Bipolaridade tricolor (por Paulo Rocha)

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Ao vencer o Grêmio por 1 a 0, gol do brilhante Gustavo Scarpa (agora trajando a camisa 10) após receber um passe primoroso de Marcos Júnior, o Fluminense deu continuidade à sua rotina de altos e baixos neste Campeonato Brasileiro. O resultado, contudo, fez com que o time treinado por Levir Cupi chegasse ao sexto lugar na tabela e mantivesse vivo o sonho de uma vaga na Taça Libertadores da próxima temporada.

O que ninguém arrisca dizer é qual será o Fluminense que enfrentará o Corinthians em seus domínios nesta quarta-feira, pela Copa do Brasil, e no próximo domingo, pelo Brasileirão. Será o time que merecidamente venceu os gigantes Atlético-MG e Grêmio ou o que perdeu, diante de sua torcida, para a esforçada, porém humilde, Chapecoense? A bipolaridade da equipe nos faz crer que tudo é possível.

Assim como o Grêmio, o Corinthians também perdeu seu treinador. Porém, no meu ponto de vista, o time corintiano saiu no lucro ao afastar o Cristóvão da função, Ao contrário do que aconteceu aos gremistas, que ficaram sem Roger Machado, um promissor comandante. O que quero dizer com isso é o seguinte: assim como ocorreu com o Tricolor gaúcho, o Timão terá a beira do campo um auxiliar, fato do qual Levir Culpi, macaco velho, se aproveitou na Arena do Grêmio para fazer com que o adversário caísse em sua armadilha.

Um fato que me deixa um pouco animado é o do adversário nos dois próximos jogos ser de primeira linha. Fui repórter por muitos anos e sei que jogador gosta é desse tipo de partida. Por mais que sejam profissionais, o tesão de enfrentar o Corinthians é imensamente maior do que o de pegar a Chapecoense. Jogador gosta desse tipo de jogo; em outras palavras, joga quando quer, quando está a fim. O trabalho do treinador, além de parte tática, é incutir esse desejo em seus comandados para que eles estejam a fim pelo menos na maioria das partidas.

Análises e pitacos à parte, vamos torcer para que o Flu consiga ao menos num desses dois duelos, a sua primeira vitória em Itaquera. Contra o Grêmio, quebramos este tabu, pois nosso último triunfo sobre este oponente no Sul tinha ocorrido em 2010, no antigo Estádio Olímpico. Já enfrentamos os corintianos por duas vezes neste ano e não perdemos – vencemos uma e empatamos outra. Vamos para dentro, o Corinthians não é dada de mais.

Quanto à bipolaridade, que saibamos conviver com ela. Meu pai era bipolar, um de meus irmãos também é e acho até que eu também sou. Porque, então, o nosso Fluminense estaria livre de ser? Saudações Tricolores.

Panorama Tricolor

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