Bacalhau nas Laranjeiras (por Zeh Augusto Catalano)


Não é nada bom escrever sobre futebol depois de uma derrota para o império do mal. Mas na quinta-feira, o que vi foi uma chuva de gols perdidos, um time ainda sem o entrosamento necessário e ainda desfalcado do seu melhor jogador das primeiras três rodadas.

O Vasco passa por uma muito necessária – e espero, bem-feita – reconstrução. Com o tempo, as coisas vão se encaixando.

Quem sabe nos reencontramos com vocês nas finais…

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Mas a derrota do Vasco não pode ofuscar o grande acontecimento da noite da quinta-feira passada.

Eis que surgiu o novo Zico!

Franzino, rápido, craque de habilidade incomum.

O novo Messias. O novo Messi. Rafinha.

Fez um gol de rara habilidade. Pegou a bola em seu campo, traçou uma reta em direção ao gol e correu até a entrada da área, de onde chutou de canhota (ironias à parte, chutou bem, por sinal). A defesa do Vasco poderia ter lhe estendido um tapete vermelho. Foi o que faltou.

É o enésimo Zico que suge nos últimos trinta aninhos.

O melhor deles, Bebeto, teve tempo de se recuperar. Os demais estão no limbo.

Não vou aqui expressar meus sentimentos acerca do Zico. É tema para um texto inteiro…

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Quarta feira, 22h: Friburguense e Fluminense, TV aberta.

Quinta feira, 19:30h: Vasco e Flamengo.

Clássicos no final de semana: zero. S

ó posso supor que o objetivo seja vender pay-per-view.

Não havendo um único minuto de atraso, os heróis que testemunham um jogo às 10 da noite começam a deixar o estádio às 23:45h de um dia útil. Tem labuta no dia seguinte.

Por que do horário? Porque a novela das oito começa nove e bolachada.

Volto a um ponto que sustento: isso só se resolve com boicote. Um jogo às 10 da noite?

Organiza-se um protesto e NINGUÉM vai.

Se se fizesse isso duas, três vezes, a coisa mudava de figura. Mas não somos organizados pra isso. Ainda…

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Hoje, 20h, tem o Superbowl. A grande final do campeonato de futebol americano, disputada em campo pré escolhido e em uma única partida.

São 16 rodadas para classificar 12 de 30 times. Depois oito, quatro e a final. Pouca gente entende o esporte (que é sensacional) mas só pra comparar: os anúncios de TV da final são os mais caros do mundo. No intervalo dessa final tem um showzinho da Beyoncé. Monta-se e desmonta-se o palco em minutos. Mais de um bilhão de pessoas vão assistir o jogo.

Vejam e comparem com o que estão fazendo de nosso futebol…

Zeh Augusto Catalano

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Contato: Vitor Franklin