A austeridade no Flu (por Marcus Vinicius Caldeira)

Austeridade: está aí uma palavra que me assusta demais. Toda vez que governos e economistas falam em austeridade, fazer superávit primário, ajustar as contas públicas, é sinal que lá vem trolha nas costas do trabalhador brasileiro. Nunca pensam em sobretaxar grandes fortunas, acertar impostos, sobretaxar remessas de lucros pro exterior, nada. É imposto em cima do trabalhador, pouco aumento do salário mínimo e corte de gastos em políticas públicas, saúde e educação.

Um horror!

Pois bem, a gestão que assumiu o Fluminense em 2017, da qual nunca escondi que sou apoiador e inclusive fui da coordenação de campanha, optou ou foi forçada a implementar uma austeridade financeira devido a gastos excessivos da gestão Peter nos anos de 2015 e 2016. Muita coIsa foi deixada para ser paga esse ano, um gasto excessivo no departamento de futebol com salários altos e contratos longos de jogadores – alguns inclusive, em decadência -levaram à imobilizaçâo da gestão atual no que diz respeito a contratações. No começo do ano só fizemos uma. E agora mais duas em reposição de elenco.

Ainda assim, quase levamos o Carioca, somos o segundo ataque do país e estamos nas quartas da Sul Americana.

Porém, com a saída do Richardson, tendo muitos jogadores que estão voltando de contusão e ainda não encontraram seu melhor futebol, jogando com zaga de meninos,e claro, com deficiências no elenco que não puderam ser sanadas pela austeridade desse ano, estamos claudicantes no Brasileirão. Do oitavo ao último no campeonato, está todo mundo no risco.

Sou um pouco dissonante dessa austeridade. Acho que poderiam ter feito umas três ou quatro contratações para encorpar o time. Clube e estado não são empresas. Não foram feitos para dar lucro. Foram feitos para que sua finalidade seja alcançada. No caso do clube de futebol, fazer times fortes e vencedores. Mas, toda vez que questiono, me mostram as contas, a situação financeira e tenho de admitir que um outro caminho seria de irresponsabilidade e de levar o clube à falência. O que talvez os derrotados fizessem. Ainda bem que não.

Não tem jeito. O ano já está acabando. A torcida não quer saber de contas, quer saber de time forte. Acha que jogador brota da árvore. A gestão optou por arrumar a casa de vez. Profissionalizar todas as áreas, pagar as contas, rearrumar o fluxo de caixa e apostar na base e em Abel para tal.

Foi muito arriscado não contratar. Mas, se jogarmos juntos, passaremos incólumes por esse ano e quem sabe beliscando algo bom na Sul-Americana. O time já provou que não é ruim. Está na média dos times brasileiros. Com uma encorpadinha dava para sonhar mais alto.

Mas, já foi.

Optou-se pela austeridade.

Que tudo dê certo.

É bola ou búlica.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @mvinicaldeira

Imagem: mvc

6 Comments

  1. Boa comparação Marcus Vinicius. Também vejo a FluSócio como seguidora dessa maldita filosofia neoliberal. Mas, eles foram eleitos democraticamente, precisamos torcer para o sucesso deles. O governo não quer agir para realmente aumentar suas receitas, mas, no nosso Fluminense, vejo que há uma esperança de uma gestão mais pro-ativa na figura do executivo Marcus Vinicius Freire, tomara que eles consigam combinar a austeridade com ousadia.

  2. Entre permanecer na série A ou ser campeão da Sul-Americana, fico com a primeira opção. A prioridade tem que ser o brasileirão.

  3. Tomara que seja bola.

    Se for búlica, acho que não voltaremos tão cedo, pq lá embora os concorrentes sejam de menor investimento, sangue nas veias faz diferença e pela opção da gestão, nosso investimento não será dos maiores, talvez nem dos melhores.

    ST

  4. Está faltando jogador sim, mas o Fluminense deu mole nos clássicos. Dava pra estar em situação bem melhor na tabela.

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