Arias, o diretor de harmonia (por Paulo Rocha)

Que o Fluminense está jogando um futebol de encher os olhos é fato inquestionável até para os invejosos de plantão. Mas não está só na fluência e entrosamento do harmônico conjunto montado por Fernando Diniz o segredo do bom desempenho tricolor. Há peças fundamentais na equipe, que merecem um olhar especial no que diz respeito à maratona de jogos. E talvez a mais importante delas seja Jhon Arias, a quem os adversários vêm caçando implacavelmente nas últimas partidas.

Os rivais já notaram que o colombiano é não somente o pulmão, mas o coração do time do Fluminense. É quem faz as coisas acontecerem; ajuda na armação, rompe linhas, cadencia o jogo quando necessário, dá passes e cruzamentos açucarados para o artilheiro… Ou seja, é uma peça fundamental.

Por isso mesmo é preciso que Diniz pense numa solução para poupar Arias quando possível. Nos dois últimos jogos, contra Athletico-PR e Paysandu, ele foi caçado em campo, atingido com deslealdade em diversos momentos. Como ele próprio disse, poderia ter se machucado. E isso seria péssimo.

Como o momento de todo o time é bom, creio que seja hora de dar um descanso ao nosso craque em determinadas circunstâncias. Mesmo sendo o Fortaleza, nosso próximo adversário, um time forte, embalado e jogando em casa, eu deixaria Arias no banco, para tê-lo inteiro contra o River Plate.

Até entendo o fato de Fernando Diniz ter escalado o time titular (à exceção de Marcelo) no Mangueirão. Foi uma questão de respeito ao adversário e importância que a competição – leia-se $ – merece. O elenco tricolor não é tão qualitativamente formado quanto os de alguns outros. Mas conforme a temporada avança, é preciso ser inteligente para fazer as escolhas certas.

Tomara que o competente departamento de fisiologia do Fluminense aconselhe o treinador a ter mais precaução com Arias. Ele é o nosso diretor de harmonia dentro de campo e uma virtual ausência sua (batamos na madeira três vezes) pode atravessar o samba de nossos objetivos na temporada.