Apesar da boa campanha do Flu, pensemos (por Daniel Morales)

O Fluminense Football Club é um dos maiores clubes do Brasil e do Mundo. Além dos inúmeros títulos, é inegável a importância do Tricolor no desenvolvimento do futebol e do esporte em geral no Rio de Janeiro e em todo território nacional. Entretanto, o Fluminense há muito tempo não se comporta como um clube grande, e nem estou falando da seca de títulos de maior relevância que já dura 10 anos: a verdade é que o Fluminense Football Club “morre” como um clube grande a cada negociação pessimamente feita, e isso tem sido algo corriqueiro nos últimos anos.

Analisando brevemente como ocorrem as transações de jogadores dos maiores clubes do Mundo, Real Madrid, Bayern de Munique e Barcelona, por exemplo (o ultimo mencionado tem feito um caminho parecido com do Fluminense nas temporadas passadas, mas vem se reerguendo após o retorno de Laporta à presidência do clube), se observa que as negociações são feitas em valores muito altos e, na maioria das vezes, o jogador formado na casa se desenvolve e fica no clube. Uma realidade que obviamente não tem como se usar como parâmetro devido à realidade dos clubes brasileiros ser outra. Então vamos usar o caso recente de um dos clubes que mais faturam no Brasil e tem sido um grande papa títulos nos últimos anos, o Palmeiras.

Recentemente o clube paulista fez três vendas que deixam o torcedor tricolor com vergonha quando se observa as últimas vendas do Fluminense. Danilo e Gustavo Scarpa, esse por sinal formado no Fluminense, mas que saiu do clube sem que o Tricolor não recebesse nada após um longo processo na Justiça, foram negociados recentemente pelo Alviverde por preços que passam dos 15 milhões de euros. E ainda tem outro fator, e nesse caso o do volante Danilo é o mais claro; apesar do grande assédio do mercado europeu, o Palmeiras segurou o jogador formado em sua base por bastante tempo. Danilo surgiu no início de 2020 no time principal do Palmeiras e, desde então, ganhou duas Libertadores, dois campeonatos estaduais, Recopa sul-americana, Copa do Brasil e foi campeão brasileiro.

Apesar do valor de negociação ter sido muito criticado pela torcida palmeirense, o fato é que foi bem maior do que, por exemplo, a venda de Luiz Henrique para o Betis e de Matheus Martins para o Watford. E outro aspecto: o jogador performou, ganhou títulos e virou ídolo do clube que lhe formou antes de para o futebol Europeu. Danilo foi vendido para o Nottingham Forest por cerca de 20 milhões de euros (aproximadamente 110 milhões de reais).

Em contraponto, o Fluminense faz algo que praticamente nenhum grande clube no mundo repete: contrata jogadores veteranos semi aposentados e por um alto salário. São os casos de Felipe Melo e William Bigode, mais recentemente. Jogadores que não tiveram seus vínculos renovados com o Palmeiras, pois o clube paulista entendia que esses não serviriam mais ao clube e que não poderiam mais jogar em alto nível, mas para o Fluminense que recentemente voltou a jogar a Copa Libertadores, aparentemente servia. Resultado? Ficam sentados no banco de reservas, entrando uma vez ou outra e ganhando altos salários.

No que se tange à contratação de jogadores, parece que o Fluminense melhorou um pouco, trazendo jogadores mais jovens, apostando em atletas que não tinham oportunidade no futebol europeu e procurando mapear melhor o mercado sul-americano. Mas na questão de vendas, segue sendo muito ruim. O ultimo caso foi a extremamente estranha negociação que levou Luan Brito por empréstimo ao Porto, com o passe fixado aproximadamente em 4,5 milhões de euros.

Na entrevista coletiva da última terça-feira (24), o presidente Mario Bittencourt deixou a entender que André, um dos melhores jogadores do time de Fernando Diniz, deve ser negociado após o término da temporada de 2023. E a pergunta que quero deixar: por quanto que uma das melhores revelações recentes de Xerém será vendida? Enfim, fica o questionamento. Saudações Tricolores!