Amor que nos move (por Ernesto Xavier)

BANDEIRINHA

Por pelo menos um ano alguns falarão.

Não direi que passarei ileso disso.

Sentirei cada gozação, brincadeira, porém serei o mesmo.

Se abusar, mandarei para aquele lugar e pronto. Não me importa o grau de amizade ou parentesco.

Lembro-me aos 9 anos quando eu estava sozinho no quarto com a TV ligada e todos de minha família flamenguista batiam na parede a cada gol do Santos, que vibravam, mesmo tendo seu time longe de qualquer disputa. Eu era uma criança e tinha aos 9 anos o amor pelo meu clube.

Depois disso vi o Fluminense ser rebaixado, “virar a mesa vergonhosamente”, vi meu time entrar na série A por conta de uma ação do Botafogo que nada tinha a ver conosco, enfim…

Hoje voltamos à serie B por conta de erros próprios.

Eu poderia (e posso) explicar a história do FFC a quem quiser saber.

Verão que é a história de um clube que lutou pelo pioneirismo do futebol brasileiro, que teve erros como todos os outros, mas que venceu contra tantos percalços.

Sou negro e dizem que meu clube de coração agiu contra nós. Agiu sim, assim com Botafogo e Flamengo: clubes de elite, que até hoje não possuem em seu quadro de sócios, pessoas que representem a sua realidade de torcedores.

Aos vascaínos resta dizer que os colonizadores e opressores portugueses perceberam que ganhariam mais anexando os negros do que deixando-os de fora, enfim…isso é questão para outro texto.

Futebol para mim é mais do que um esporte. É quase uma religião.

Todos que me conhecem, sabem. Podem me xingar, falar mal de mim, mas falar do Fluminense ou da minha mãe é como querer o meu mal. Os entendo.

Não sei o que o futuro nos reservará. Espero que dias sem Celso Barros. Sem Gum, Leandro Euzébio, Edinho…

O futebol faz parte do que de melhor eu tenho.

Já entrei em campo com meu time em final de campeonato. Já vi na arquibancada meu time ser campeão nacional, já fiquei 12 horas na fila por um ingresso, já viajei para ver meu time ganhar, já me associei ao clube que amo, já escrevi texto sobre minha paixão, já briguei, já quebrei uma porta com a mão, já sangrei minha mão com um gol, já chorei, já perdi a voz inúmeras vezes, já gastei dinheiro que eu não deveria, já sonhei com gol, já abracei o Romário, já senti o amor genuíno que todo ser humano almeja sentir um dia.

Portanto, pode me sacanear. Provavelmente você nunca sentiu o que senti.

Aos que sabem o que é amor eterno(seja lá por que clube, pessoa, sexo, partido…), sinta-se uma pessoa privilegiada.

Nasci em um lar rubro-negro, porém me criei tricolor. Por todos tenho amor, mas em primeiro lugar amo a mim e o Fluminense também sou eu – então amem-me pelo que sou.

Imperfeito.

Louco.

Nervoso.

Estressado.

Feliz por ser quem sou.

VENCE O FLUMINENSE!

Panorama Tricolor

Fluminense de verdade

@PanoramaTri @nestoxavier

2 Comments

  1. Essa questão de ser negro e tricolor é interessante. Na minha infância (colégio) não tinha essa babaquice, nem se comentava. Pelo menos aqui no RJ. Hoje moro em Niteroi e lá as pessoas me dizem muito isso. Na verdade chega a ser irritante que em pleno 2013 alguns idiotas ainda mencionem isso. Me surpreendeu até. O fato do pó de arroz foi ridículo sim, mas todos acham que no fRavelado era diferente, que nos chorões era diferente e pior, os padeiros agora posam de bonzinhos. Lamentável.
    ST

  2. Rods comenta:

    Somos todos nós, Ernesto!

    Lindo texto, parabéns!

    Abraços e ST!

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