Ainda sobre a vitória na Arena da Baixada (por Paulo-Roberto Andel)

Espiando o jogo na TV Bet (graças a São Aloísio, deu pra ver quase tudo) e escutando na Rádio Globo, com o mega pé-quente Edson Mauro (super narrador alvinegro que dá uma sorte tremenda para o Fluzão há 40 anos).

Em primeiro lugar: é extremamente legítimo que todos os torcedores do Fluminense comemorem bastante a vitória sobre o Athletico, conquistada no gramado sintético da Arena. Em qualquer situação o resultado seria mais do que bem-vindo e, para um time que vem de cinco lutas contra o rebaixamento em sete anos, toda vitória vale por três. Diante de tantos percalços que todos vemos país afora, o suado triunfo tricolor lavou a alma da torcida e ofereceu um sábado de paz. O torcedor tem o direito de vibrar e protestar quando quiser, até com bipolaridade. Quem não pode ser bipolar no futebol é quem dirige o clube.

Segundo: longe de valorizar apenas o resultado, é preciso dizer a verdade, o Fluminense esteve longe de ser brilhante e é difícil que o seja com o elenco, comissão técnica e diretoria formados. O que aconteceu foi que, com uma escalação mais razoável e substituições não extraterrestres, o time ofereceu consistência defensiva e soube suportar as tentativas de pressão do mandante. Uma atuação eficiente, porém opaca, mas que tem sua importância para acalmar as coisas e dar força para os próximos desafios, a batalha contra o Figueirense pela Copa do Brasil e o jogo contra o Vasco no próximo sábado. Agora, é detestável essa história de vencer e virar o máximo, depois perder e ser o esgoto in natura. O Fluminense foi montado com vários defeitos e nem de longe é o time que a diretoria acha que tem, mas com algumas medidas lúcidas pode ficar longe da zona de rebaixamento e na primeira metade da tabela. Num campeonato nivelado por baixo, onde o mando de campo significa pouca coisa sem a presença de torcida, com pouquíssimos jogadores de brilho intenso, talvez o Fluminense possa seguir uma trilha mais estável sem trocar os pés pelas mãos.

Terceiro: o primeiro gol do Fluminense contra o Athletico foi absolutamente legal. O segundo, não. A vitória poderia ter sido por um placar mais elástico e, consequentemente, mais representativo para a eficiência tricolor.

Quarto: qualquer pessoa que conheça futebol sabe da qualidade técnica de Paulo Henrique Ganso. Porém, também sabe das suas claras limitações físicas e que fazer um contrato de cinco anos com o jogador foi uma sandice, não pelo seu talento mas pelos riscos da operação. Escalado na posição correta, que lhe permita o máximo de rendimento com o menor desgaste possível, além de cuidar de quem irá acompanhá-lo na titularidade, é claro que terá sua importância. Agora, até pelas suas características, Ganso não é nome para todos os 90 minutos e todas as partidas, cabendo a Odair (que já deu dois treinos…) a inteligência para aproveitar o potencial de PHG.

Quinto: Muriel. Tinha ido mal contra o Bragantino e em outras oportunidades, foi bem ontem e garantiu a vitória. É um goleiro razoável, com muita vontade, e vai continuar alternando acertos e erros porque foi assim durante toda a sua carreira. Se o torcedor em geral conseguir ver em Muriel apenas ele mesmo, em vez de uma miragem como Paulo Victor ou mesmo Cavalieri, terá muito menos decepções. Mas é bom que se diga: ao lado de Araújo, o goleiro foi o destaque tricolor num time eficiente, de pegada mas de atuação regular.

Sexto: Calegari. Foi legal, tem mostrado empenho e deve ser o titular. Caso isso se confirme, Igor Julião – excelente pessoa, mas um jogador que nunca conseguiu se firmar em anos – merece buscar novos ares para mostrar seu futebol.

Sétimo: Egídio. Não dá. Não dava antes, nem no ano passado nem no retrasado. Tem um ótimo cruzamento em média, o problema é que dificilmente o executa porque erra antes. E a lateral, ou ala, como preferirem, é a posição do campo que exige mais força física. Bom, Orinho também não dá. Odair precisa ir à base.

Oitavo: Caio Paulista. Acho detestável ficar cornetando ou perseguindo jogadores por eventuais atuações, mas é uma questão pessoal minha e só. Agora, sinceramente, o que justifica a permanente insistência da entrada desse rapaz? O tesão em gerar contra-ataques aos times adversários, já que ele erra tudo? Não é preciso dar dois treinos para se saber que é hora de dar um tempo com CP e, se ele justificar a entrada em campo com ótimos treinos, aí se revê a situação.

Basicamente isso. Uma vitória séria, honesta e simples na Baixada, digna de todas as comemorações mas também da certeza de que o Fluminense não mudou da água para o vinho, e que terá que trabalhar muito para um bom término de temporada. Falaremos mais disso no Programa Panorama Tricolor da próxima segunda-feira, ao vivo em nossa página no Facebook, com a presença – esperada – do colega Marcelo Diniz Gomes, às 20 horas.

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Coisa mais estranha essa do estádio fechado e sem transmissão. Um verdadeiro velório da bola que felizmente o Flu debelou.

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É incrível que, depois de uma vitória significativa como a de ontem, as redes sociais do Fluminense sejam utilizadas para dar respostas a uma página/perfil de torcedor, sei lá, conhecida de toda a internet tricolor.

Uma completa falta de noção das coisas, mas que não chega a surpreender, dado o conjunto da obra. Afinal, eu mesmo sou vítima há cinco anos desta falta de noção…

Este PANORAMA, que nunca integrou a base de puxa-sacos (incluídos os ex) e a claque de qualquer presidente ou grupo político tricolor – e jamais integrará -, felizmente passa ao largo dessas coisas, mas alerta como sempre: o Fluminense é coisa séria, é grande demais e não deve ser tratado como propriedade de nenhum dirigente, conselheiro, funcionário e o raio que o parta.

Em tempo: fake news foi prometer a reestrutura do estádio das Laranjeiras para depois descartá-la.

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Toda força ao camarada Marcelo Savioli, titular das resenhas do PANORAMA, pela passagem do Seu Wilson neste sábado.

Força, apreço e abraço geral de toda a equipe.

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Incrível: um bom domingo aos tricolores.

Quase todos merecemos isso.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

#credibilidade

1 Comments

  1. Grande Vitória ! O time é médio. Mas, nós somos uma Torcida enorme no coração e no Caráter. Que o time também seja assim e teremos Alegrias neste ano. E ao querido Savioli os nossos Sentimentos. Que o todo Poderoso DEUS console o Excelente analista e toda a sua FAMÍLIA !

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