Adeus, Fred (por Paulo Rocha)

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A primeira coisa em que pensei após saber que Fred estava deixando o Fluminense foi: como falarei isso para meu filho? Arthur tem sete anos, é tricolor fanático como o pai e imaginei que sua reação seria a pior possível. Mas que nada; após  dar-lhe a notícia de que o artilheiro iria embora, o moleque, com sua sinceridade e sorriso no canto da boca características de menino levado, me respondeu: “Deixa o Fred ir embora pai, ele não estava jogando nada mesmo. E, além disso, o meu ídolo é o Scarpa.”

A resposta de Arthur e a repentina saída de Fred do Fluminense mostram como a gente pode se surpreender com as pessoas – seja positiva ou negativamente. Há cerca de dois meses, após a briga com Levir Culpi, o atacante dissera que ficaria nas Laranjeiras por amor ao clube, à torcida tricolor… E agora eu pergunto: acabou o amor?

Na verdade, Fred sentiu que não era mais o dono da cocada preta. Perdeu a ascendência sobre o elenco, sobre a molecada de Xerém e também o respeito de uma boa parte da torcida. A diretoria, então, estava louca para se vir livre dele. Um cara que ganha R$ 800 mil por mês num momento em que a economia brasileira está em frangalhos.

Foi ídolo? Claro. Protagonizou conquistas? Sim. Arregimentou torcedores? Não há dúvida. Mas, como prega a lei da vida, tudo passa, e o tempo de Fred no Fluminense passou também.

Não temos tempo, tricolores, de ficarmos lamentando a saída dele. Inclusive, já até conquistamos um título sem a presença de Fred, o da Primeira Liga, competição da qual o jogador quase não participou por ter sido, infantilmente, expulso no primeiro jogo e recebido uma punição tão pesada que o afastaria do restante da competição. Sequer apareceu na foto.

Pois é, a vida passa, as coisas mudam. O meu Fluminense, o Fluminense, do meu filho é mais que Fred. É Rivelino, é Edinho, é Assis, é Romerito, é Ézio, é Marcão, é Thiago Silva, é Conca, é Deco…os ídolos passam, mas o Fluminense fica. Jamais deixaremos de amá-lo e de termos orgulho de vestir a sua camisa. Este amor, que é eterno, lhes garanto, jamais acabará.

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Chegou a hora de Richarlison mostrar a que veio. É garoto, tudo bem, mas em que pese a lesão que teve, está na hora de marcar seu primeiro gol com a camisa tricolor, afinal, já está no clube há seis meses. Torço que o fardo de ter que substituir Fred não seja pesado demais para ele. Mas, caso seja, que Levir Culpi detecte logo o problema e dê chance a Pedro. Também é garoto, mas vem de Xerém e é o maior artilheiro da base no Brasil na atual temporada.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Imagem: para

1 Comments

  1. É, na verdade a saída só não aconteceu no momento da “briga” com o Levir por ser difícil a negociação, uma transferência envolvendo muita grana e como o Fred mesmo falou na coletiva, com muitos advogados envolvidos, disse ainda que na própria chegada dele ao clube, foram gastos dois meses de negociação, elaborando os contratos. O problema com o Levir não foi resolvido, houve na verdade uma trégua, dando tempo para organizar a saída do jogador de uma forma que não fosse pela “porta dos…

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