Hora de ações (por Felipe Fleury)

O bom momento que o Fluminense viveu no começo da temporada deu a Pedro Abad a oportunidade de trabalhar sossegado, desvinculado da imagem de seu antecessor Peter Siemsen, cuja administração, vê-se agora de forma mais clara, foi catastrófica financeiramente. A tal da equalização das dívidas, bandeira da gestão Peter, não passou de um enorme engodo. O Flu está mergulhado numa penúria quase sem precedentes em sua história.

Neste momento, contudo, em que as coisas desandaram em campo, o Presidente Abad passou a ser novamente o Presidente do Conselho Fiscal da gestão anterior, aquele que sabia de todos os malfeitos e cuja administração não deixa de ser uma extensão da de Peter.

Sem dinheiro, sem time e vivendo uma crisa política, o que mais falta ao Flu? Abad pode ter a melhor das intenções no comando do Tricolor e até seria leviano compará-lo ao ex-presidente, mas ele já deveria saber que ao menor sinal de problemas o seu passado e suas relações com a Flu Sócio seriam ressuscitadas pela oposição. Faz parte do jogo político.

E a única forma de desembaraçar esse nó é agir. Alguém poderia dizer que Abad está agindo, mas então é preciso mostrar isso ao torcedor, dando publicidade às suas ações. Como, por exemplo, estão as tratativas para se conseguir um patrocínio master? E o time? Há reforços pretendidos?

A política da torneira fechada só era tolerada pela torcida enquanto o Fluminense vencia em campo. Agora, com toda essa maré de azar, que dizimou quase todos os principais jogadores do time e o tornou um adversário facilmente batido dentro de campo, é preciso mostrar que a gestão está atenta e em busca de reforços, ainda que não sejam os sonhados, mas que sejam escolhidos com rigor e olhos apurados, inclusive no mercado sul-americano. Um time sem vitórias, sem aspirações maiores é sinônimo de mais prejuízo financeiro, sem contar, é claro, com o fantasma do rebaixamento.

Abad precisa agir, e se está agindo, mostrar que está agindo. Três reforços para a temporada é muito pouco para competições que, todos sabemos, exigem elencos qualificados dos competidores.

O Flu tem dez pontos no campeonato brasileiro e, considerando as gravidades das lesões de seus titulares e até de alguns importantes reservas, não parece que irá se afastar muito disso nas próximas rodadas, correndo o risco, muito em breve, de se aproximar perigosamente da zona do rebaixamento.

Hoje enfrentará o Flamengo, cujo elenco comporta uns três times todos melhores que o nosso e que, mesmo com o time completo, ainda não vencemos na temporada. Portanto, será tarefa das mais árduas num momento já complicadíssimo da trajetória Tricolor no ano. A vitória será, provavelmente, fruto de uma atuação heroica e excepcional. A derrota mergulhara o Fluminense definitivamente numa crise da qual será difícil sair.

A única saída é vencer, vencer hoje, amanhã e depois, o que provavelmente não ocorrerá com esse time desfigurado. É preciso contratar, compor um elenco minimamente qualificado, é preciso trazer um patrocinador master. Sem isso não há futuro, nem para o Fluminense nem para Abad.

Panorama Tricolor

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Imagem: f2

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