A voz e as vozes (por Paulo-Roberto Andel)

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A Páscoa dos tricolores chegou no Sábado de Aleluia. Péssimo sinal para Judas Kfouri – fantástica tirada de Alexandre Antonio – e seus parceiros do mal, todos mergulhados no licor dos chiliques. Claro, o Fluminense venceu.

Acima de qualquer coisa que se possa dizer a respeito da vitória sobre o Figueirense, o entendimento de que, quando time e torcida estão na mesma sintonia, o sucesso pode vir num estalar de dedos. Lotadas, as arquibancadas tricolores não ofereceram o menor espaço para a truculência primitiva e nem para a arrogância elitista. Cantou-se com força e paixão, pelo coletivo sobre estrelismos tolos. Em campo, o time deu as respostas esperadas: garra, dedicação, ocupação de espaços, força. Naturalmente, todos foram aplaudidos. Ficaram de lado até as pressões de jogadores por pré-contratos e arroubos do presidente do gramado. Em vez de bobagens, força e festa. Um jogo que merecia a narração de Luciano do Valle, falecido horas antes da partida, eterna grande voz com meio século de grandes e gloriosos gols marcados pelo mundo.

Com o jogo resolvido em 2 x 0 no primeiro tempo – o golaço de Sobis não deixou dúvidas do que viria a seguir – diante de um Figueirense fraco, mas não mais fraco do que uns dez times deste campeonato, o Flu voltou para o segundo tempo com fome de leão, marcando no campo adversário e logo chegou ao terceiro no lance contra dos sujeitos. Depois disso poderia ter feito outros três – quando o goleiro não pegou, o travessão salvou. A prova da evolução do Fluminense está no fato de que alguns dos melhores homens em campo foram recentemente muito criticados, caso de Elivelton e, depois, Valencia. Sobis foi o monstro vertiginoso de sempre, Conca também. Todos de parabéns. Um conjunto. Somos outras vozes: um time que precisa de velocidade e reforços, mas já longe do bando do mês passado. Bola no chão, passes, variações. Outras palavras. Lições simples: quem corre e se dedica é aplaudido pelos trabalhadores erguendo suas bandeiras com pesados bambus. A cara de Cristóvão: talento, humildade e vigor.

A afetadérrima Páscoa de Renato Maurício teve sabor de Finados – ou de chocolate meio amargo ao lado de seu amigo íntimo Bagá. Há rumores de que o Fluminense está de volta. Ainda em construção, longe do ideal mas já mostrando pequenas garras.

Primeiro passo de uma longa travessia, mas é maravilhoso curtir um bom feriado com jornalistas em faniquitos contrariados apenas porque vencemos, jogamos bem e talvez tenhamos o maior público desta primeira rodada.

De negativa, apenas a violência policial contra um pacífico protesto de vigilantes na saída do Maracanã. Ecos de uma sociedade que só entende a democracia quando esta lhe ampara com exclusividade.

Do futuro do Fluminense, o que será que será? Que venham os melhores presságios. Todos muitos distantes das presepadas esquizofrênicas da Portuguesa.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @pauloandel

Imagem: pra

3 Comments

  1. Valência jogou bem? Quando entrou apareceram os buracos na defesa, pois o seu posicionamento é muito defensivo. A diretoria tem que entrar com uma medida contra o portal Terra, que continua nos achincalhando. No mais, time compactado, jogadores correndo e os laterais fazendo ultrapassagem. Até que enfim apareceu alguém, no caso o Vagner, para jogar com o Bruno. Valeu, Cristovão! Vamos em frente….ST

    1. Na primeira jogada de Valencia dentro da área tricolor, ele desarmou em toque providencial o que seria o primeiro gol do Figueirense.

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