A vitória dos 20% (por Mauro Jácome)

Pelos números do Infeliz das Contas, o Fluminense tem 20% de chances de ser campeão contra 69% do Atlético. Ou seja, teria que disputar dois segundos turnos a mais que o Atlético. É como se o Fluminense tivesse que ganhar do Vasco três vezes e o Atlético, uma do Cruzeiro; depois, três do Corinthians, o Atlético ganhar uma da Ponte Preta e assim por diante. Só pode. Acho que ele pensa e calcula assim.

O Infeliz das Contas disse, também, que o Atlético só perde esse campeonato por um desastre. Bom, acho que o desastre tem placa: “FFC 2012”. Aliás, em 2009, quem sofreu um desastre foi o Infeliz das Contas e seus 98,7% de bobagens. Números à parte, não sendo fazedor de contas, fico me perguntando: “o que um cara desses quer quando afirma que o campeonato está decidido matematicamente faltando, ainda, 20 rodadas?”. E a diferença era de apenas 6 pontos…

Talvez, o objetivo seja desviar o foco para a periferia do jogo. E o futebol dentro das quatro linhas vai ficando, cada vez mais, em segundo plano. Ou, ainda, tem prazer em provocar a nossa torcida. Só que a realidade não se preocupa com os holofotes, com os Fantásticos e pontos-com-pontos-br da vida e segue em frente.

E o Fluminense vai junto, ganhando seus jogos. Ontem, não foi um jogão. Longe disso. Inclusive, quem mais apareceu em campo foi o Infeliz do Apito. Quanta bobagem! Depois de um primeiro tempo morno, a etapa final foi bem movimentada. Foram lances mais agudos dos dois times, temperados com os erros de Marcelo de Lima Henrique e seus “desauxiliares”.  Para engrossar o caldo, ainda vem o comentarista da TV dizer que, em relação aos impedimentos, os erros prejudicaram os dois lados, afinal, um foi de um lado do campo e o outro, do lado oposto. O primeiro erro beneficiou o Vasco e o segundo prejudicou o Fluminense. Entenderam o tal equilíbrio? Nem eu. Que fase!

Feitas essas observações, vamos ao jogo, ao jogo jogado, que é o que interessa. O Fluminense se enrolou com a marcação do Vasco. Principalmente, no primeiro tempo. O Vasco começou marcando no campo do Fluminense e, com isso, o time tricolor não conseguia nem chegar perto do gol de Fernando Prass. Num lance ou outro, trocavam passes e tentavam achar Fred entre Dedé e Douglas. Mas estava difícil. Mesmo assim, não fosse o “perigo de gol” marcado pelo árbitro, o placar teria saído do zero com uma cabeçada do 9 tricolor. No entanto, o Infeliz não validou o gol. Mesmo com a marcação mais acertada, o Vasco também não ameaçou.

A tranquilidade do primeiro tempo mudou no segundo. Além dos lances de mais perigo, os erros de arbitragem multiplicaram-se e o clima esquentou entre os jogadores. Era um empurra-empurra aqui, outro ali. E o jogo seguia, ora com um predomínio vascaíno, ora tricolor. Logo depois de um lance em que a bola bateu na mão do Carlinhos dentro da área, muito parecido com aquele contra o Boca lá “em Boca”, que culminou com a expulsão do lateral, Thiago Neves resolveu dar o ar da graça e, num belo voleio, abriu o placar. Esse é o Thiago Neves que a gente conhece. Some no jogo, mas, quando aparece, é bola na rede. Mas não deu nem para sentir o gostinho da vantagem. Gum entra na frente do Cavallieri e resolve a parada para o Vasco: 1 x 1. A bola estava nas mãos do goleiro tricolor…

Tudo parecia indicar que o empate seria o placar final, mas, como sempre, a estrela do Abel brilhou. Sóbis, recém-incluído no jogo, arranca pela esquerda, leva vantagem sobre o zagueiro do Vasco numa disputa no corpo-a-corpo, corta para o meio e cava a falta. TN10 se prepara e corre para bater. Edinho faz sua melhor jogada deslocando a barreira, abrindo espaço para a bola milimétrica do TN10 passar. Fim de jogo, mais uma vitória e o Fluminense iguala-se ao Atlético. Para desespero do Infeliz das Contas. É capaz de hoje saírem novos números, tipo: Atlético tem 98,7% de chances de ser campeão…

Atuações:

Cavallieri – sem participação decisiva no jogo. No gol do Vasco, foi atrapalhado pelo Gum. Isso prova que o Vasco não chegou à área do Fluminense.

Bruno – parece cerveja sem álcool, pão sem manteiga, churrasco sem carne, sexo sem…

Gum – ganhou bem mais do que perdeu. Conseguiu anular bem o Alecsandro. Pena que errou o tempo de bola no gol do Vasco e atrapalhou Cavallieri. É aquele mesmo zagueiro de 2010 e isso é bom.

Leandro Euzébio – teve mais dificuldades do que Gum, pois o Vasco atacou muito pelo seu lado. Mesmo assim, teve uma atuação razoável. Tem sido o companheiro ideal do Gum. Espero que o Abel não invente de trazer de volta o Anderson.

Carlinhos – foi muito à frente e, por isso, levou muitas bolas nas costas. Mesmo atacando, não conseguiu bons cruzamentos. Recebe muito a ajuda do Wagner e isso envolve o adversário. O Vasco sempre colocou alguém pelo seu lado, dificultando as coisas.

Edinho – errou passes e deu muito espaço na frente da área. Não voltou da mesma forma que estava antes da suspensão. No entanto, foi muito bem na falta cobrada pelo TN10, deslocando a barreira.

Jean – longe daquele jogador de outras jornadas. Teve dificuldades na marcação porque o Vasco colocou muita gente no meio-campo e, quando saiu para o jogo, errou muitos passes.

Wagner – correu muito, mas foi envolvido pelo meio-campo vascaíno em vários momentos. Na frente, tentou dividir com o TN10 a responsabilidade de abastecer Wellington Nem e Fred. Tem uma grande vantagem, pois não prende a bola. Gosta de dar velocidade ao jogo. Tem sido um jogador de muita utilidade.

Thiago Neves – dois belos gols e decidiu o jogo. Bastou para ser o craque da noite. Tem corrido uma barbaridade e isso atrapalha no final dos jogos quando tenta puxar contra-ataques. Nesse momento, já está extenuado.

Wellington Nem – longe daquele jogador rápido, ousado e que deixa os adversários malucos. Fechou muito pelo meio e facilitou a marcação. Deveria jogar mais aberto e alternar os lados do campo. É um jogador fundamental e, aos poucos, retomará seu futebol.

Fred – teve um gol anulado em uma das invenções do árbitro. No mais, foi muito bem marcado por Dedé e Douglas. É incalculável a sua importância para o time e para o futebol brasileiro. Só o Mano não vê isso. Mas é bom. Deixe o cara lá nas Laranjeiras mesmo.

Abel – sua estrela brilhou mais uma vez. Colocou o Sóbis, que cavou uma falta importantíssima, e Samuel, que teve a bola do jogo roubada pelo Infeliz do Apito.

Mauro Jácome

Panorama Tricolor/ FluNews

Colaboração: Jorge Dantas Dias e Hugo Jácome

Revisão: Rosa Jácome

Contato: Vitor Franklin

 

3 Comments

  1. Maurão, tú devia escrever num jornal de grande circulação, cara. Ou seu texto sair em qualquer jornal descente de grande circulação.
    Obs: Rede Globosta “Tendenciosa” de Televisão…

Comments are closed.