A Seleção dos ex-tricolores (por Paulo-Roberto Andel)

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A convocação de Tite para os amistosos finais antes da Copa do Mundo movimentou o universo tricolor, e não era para menos: afinal, cinco ex-jogadores do clube estão na lista do escrete nacional, quatro deles formados na base do Fluminense.

É um tema importante porque explica muita coisa sobre como o Flu tem vivido nos últimos anos em campo. No mínimo, ajuda a refletir.

O quinteto é formado por Ibanez, Thiago Silva, Fabinho, Richarlison e Pedro. Dos cinco, apenas dois jogaram três temporadas pelo clube, Pedro (parte dela contundido) e Thiago Silva, já no distante período 2006-2008, com o suporte da Unimed.

Esportivamente, o retorno foi abaixo do que poderia ser, natural em se tratando de Fluminense, um clube onde os jovens jogadores precisam ser rifados por mariolas, geralmente para custear os altos salários de jogadores que, digamos, já passaram do prazo de validade atlética. A lógica desse modelo desafia conceitos de planejamento, e só pode ser compreendida se está a serviço de terceiros. E, se o retorno esportivo foi abaixo do esperado, deu uma ducha de água fria na formação de ídolos, fundamentais para a afirmação e o crescimento da torcida tricolor.

Quanto ao retorno financeiro, já se sabe que também foi baixo, porque é o modus operandi do Fluminense, por mais que tal procedimento desafie princípios lógicos. Você deixa o buraco aumentar, vende rapidamente seus melhores jogadores para cobrir rombos e os substitui por peças desgastadas, caras e de qualidade mais do que duvidosa.

Então o Fluminense tem cinco ex-jogadores na Seleção Brasileira, mas apenas um ídolo consagrado no clube – Thiago. Não capitalizou títulos nem se rentabilizou à altura.

É exatamente o contrário do que se passa nas manchetes fantasiosas sobre o clube, com auto exaltação regular em veículos de comunicação e agências de vassalagem da atual gestão tricolor. Enquanto tudo está “bem” no universo lisérgico das Laranjeiras – afinal, se o time está ganhando, quem critica os problemas “não é tricolor” -, fica evidente o desastre na negociação de Pedro, ainda jovem e, quem sabe, camisa 9 do Brasil na Copa com as cores do rival.

De resto, voltamos a campo neste sábado para mais uma batalha pela sobrevivência. A vitória é obrigatória para manter o mínimo sonho do título brasileiro, diante de um adversário trabalhoso. Na próxima quinta, a batalha em Itaquera. Ainda estão rolando os dados, nada está perdido mas, mesmo que a vaga na Libertadores se confirme, a ausência de títulos neste fim de ano seria uma grande decepção, que nem a vitória no Carioca 2022 seria capaz de aliviar.

Grandes equipes são construídas com ídolos e títulos expressivos; logo, o Fluminense precisa se reencontrar com sua história natal, com mais realizações e menos manchetagem barata.