A quem interessa o ódio? (por Paulo-Roberto Andel)

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I

A pouco mais de duas semanas de seu desfecho, o processo eleitoral do Fluminense continua movimentado, de forma irresponsável, no sentido de alimentar o ódio entre tricolores, seja por meio da selvageria contra as reputações pessoais, pelo estímulo belicoso entre nossos torcedores e até mesmo por crimes previstos no Código Penal Brasileiro.

Há uma diferença clara entre as defesas das candidaturas, a liberdade de senso crítico diante de fatos evidentes e, por fim, a prática de terrorismo verbal contra os que se posicionam politicamente na questão. Criticar não é – ou não deveria ser – agredir. Mas é bom que se diga: o leviano e nefasto mar de ódio na política tricolor é coisa de meia dúzia na internet, contando com a reprodução de massa de manobra.

De toda maneira, a quem interessa o ódio? Ao Fluminense e seus objetivos vitais, de maneira nenhuma: trata-se apenas de tentativas de manutenção ou obtenção de pequenos poderes e vantagens pessoais. E só. Não se espera dos atuais quatro candidatos e de suas cúpulas nenhuma atitude no sentido de dividir a torcida ou incrementar certa Faixa de Gaza que se vê há anos, mesmo que subliminarmente, nas arquibancadas tricolores. E eventualmente quem o fizer não possuirá condições éticas e morais de dirigir o clube. Quem liderar o Fluminense deve ter como obrigação a luta pela união da torcida, e não sua divisão por casuísmo.

O ódio deve ser varrido do Fluminense para sempre. Quem o propaga só merece o tratamento de pária.

II

Ainda sobre as eleições: os amigos que me acompanham nas redes sociais já conhecem de forma muito clara o meu posicionamento eleitoral, exercido de acordo com meus direitos e deveres, eventualmente criticado por um ou outro moleque bobo de meia soquete.

Não utilizei este espaço que me pertence integralmente para uma única menção do nome do candidato que apoio, nem direta nem subliminarmente falando, assim como não o usei para reproduzir textos de dirigentes e ex-dirigentes em questões que lhes soariam um tanto incômodas em correspondências pessoais – um comportamento que não faz parte do meu modus operandi. Não contem comigo para canalhices.

Ao contrário de alguns, faço campanha fora daqui com recursos do meu próprio bolso, provenientes do meu trabalho – que não tem absolutamente nada a ver com futebol e nem terá. Campanha com base em causas, não em projetos pessoais. Dia 26 eu voto feliz e volto para casa, torcendo pelo sucesso do Fluminense qualquer que seja o presidente eleito. Espero que seja o meu candidato.

Aproveito para parabenizar a blogueiros e escritores deste PANORAMA, bem como dos sites e blogs irmãos de três cores, assim como outros formadores de opinião, mais os produtores de conteúdo na internet e outros veículos, que tenham declarado publicamente suas escolhas eleitorais. Em tempos onde as redes antissociais são verdadeiras multidões de raiva e rancor, é admirável a coragem de assumir posturas e bandeiras políticas. A mesma coragem que vários tiveram em 2013/2014 por exemplo, quando o mundo desabava sobre o Fluminense, arremessado pelo mais infame ataque midiático que se tem notícia no futebol brasileiro.

Orgulhosamente, estou no rol dos defensores, enquanto outros se encolheram como gatinhos Pompom. Mas comigo não tem acordo: não alugo minhas ideias.

III

Levir foi embora. Com atraso. Deixou a desejar no fim, mas nem de longe era ou é o único problema do Fluminense.

Apesar dos pesares, que venha uma grande união de forças em prol de uma grande vitória sobre o Atlético Paranaense, visando a luta pela vaga na Libertadores 2016.

Boa sorte, Marcão. Você merece, a torcida também.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @pauloandel

Imagem: rap

1 Comments

  1. Perfeito Paulo, o fluminense não merece a mediocridade e o rancor dos seus próprios. Abraço

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