A individualidade e o conjunto do Flu (por Felipe Fleury)

Duas coisas me impressionaram na vitória do Fluminense sobre o Atlético Nacional, na noite de quinta-feira: a individualidade e o conjunto do time Tricolor.

João Pedro, estupendo, fez cada torcedor presente emocionar-se com seu talento. Aos 17 anos, embora vá sofrer as oscilações da carreira e da idade, pode-se adiantar que é craque. Nenhum outro, dos mais recentes “craques” do futebol nacional, conseguiu desempenho parecido no início da carreira.

O jovem Tricolor teve atuação de gala contra um adversário colombiano, e com a assistência de uma plateia de quase trinta mil torcedores. Não é para qualquer um, é para os geniais.

Mas o individual não brilha sem o coletivo, e aí é que entra outro craque: Diniz. Tirou o Fluminense da mesmice das estratégias defensivistas e monossilábicas, para transformá-lo numa equipe que joga um futebol moderno e ofensivo.

É claro que, até acertar, errou. E é bem provável que o destino tenha conspirado a seu favor, com as saídas simultâneas e compulsórias de Bruno Silva e Airton. Mas tem o mérito de aprender com os próprios erros, algo que deveria ser óbvio, mas não o é para a grande maioria dos treinadores no Brasil.

Allan e Daniel deram mobilidade e profundidade ao time, e o sistema defensivo, nem por isso, perdeu sua capacidade de marcação, porque a equipe inteira se entrega, desde o ataque até a defesa, no combate ao adversário.

Sem essa dedicação, que começa lá na frente, com Luciano e Yony, passa pelo meio com Ganso, Allan, Daniel e termina em Nino, Matheus Ferraz e Agenor, a estratégia de Diniz certamente não funcionaria.

E a torcida reconheceu, em uníssono brado, o responsável por essa transformação no espírito da equipe, enaltecendo Diniz logo após uma saída de bola, bem ao seu estilo, quando o adversário acossava o Fluminense, e o time foi tocando, tocando, da defesa para o ataque, com extremas lucidez e qualidade.

Portanto, o Fluminense, hoje, é o individual com João Pedro, capaz de desequilibrar partidas, como tem feito, e o coletivo, com Diniz, seu esquema, sua perseverança e seus comandados.

É hora de ver, contra o Bahia, fora de casa, se o ímpeto se mantém, se João Pedro continua desequilibrando, se o time continua concentrado, e se Diniz estará mais uma vez iluminado no comando à beira do campo.

Nessas condições, enfrentaremos adversários mais qualificados e caros, mas nenhum imbuído de tamanho espírito coletivo. E bom futebol, diga-se de passagem.

Panorama Tricolor

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