A entrevista: Assis (por Rods) – Parte 1

Como você, leitor do Panorama, já sabe, estive em Brasília junto com o pessoal do projeto Tricolor em Toda Terra e o nosso ídolo Assis para a assistir nossa vitória contra o Bahia. Mais uma vez agradeço e parabenizo a todos pela oportunidade.

Sobre o Assis, que dispensa qualquer apresentação, só posso dizer que ele tem tudo que alguém pode esperar de um ídolo: simplicidade, simpatia e paixão pelo Fluminense. Até hoje ele se emociona ao falar sobre o clube.

Tive uma excelente e franca conversa com o Carrasco que apresentarei a vocês em três partes, começando por hoje.

O papo foi tão bom que parecia que éramos amigos há quase 30 anos… Aliás, acho que dá pra dizer que é exatamente isso.

Rods

Panorama Tricolor – Assis, eu gostaria de agradecer a oportunidade e dizer que é uma grande honra estar aqui com você. Estamos prestes a completar 30 anos que você se tornou um dos maiores ídolos da história do Fluminense. Você chegou a imaginar isso um dia? Como lida com isso?

Assis – Bem, é difícil poder dizer realmente o que passou na minha trajetória dentro do futebol até chegar ao Fluminense, me consagrar nacionalmente e até internacionalmente. Eu jamais imaginaria que poderia fazer parte de um grupo tão vencedor. Tive que contar com a sorte e com a minha capacidade profissionalmente também, modéstia à parte, e consegui alcançar a glória dentro do futebol.

E para mim a maior glória foi ter jogado no Fluminense e conquistar todos aqueles títulos. O que eu posso dizer pra vocês é que foi um sonho realizado. Eu sou paulista, paulistano, aliás, e por incrível que pareça, eu comecei a conhecer futebol assistindo o campeonato carioca e me identifiquei com aquilo. Lógico que eu torcia por um time de São Paulo também, mas a minha paixão já era pelo futebol carioca. Imaginava jogar um dia no Maracanã. Isso porque eu tinha um álbum de futebol do Rio de Janeiro. De São Paulo nem tinha, tinha do Rio de Janeiro mesmo. Eu simpatizei com as cores do Fluminense e com o símbolo, que era o Cartola, quando eu tinha mais ou menos de sete para oito anos. Ali começou a minha paixão. Ali começou a minha identificação com o Fluminense.

Mais pra frente eu comecei a ver alguns tapes, pois na época não tinha jogo ao vivo do Rio para São Paulo. Jamais! Por causa da rivalidade, da disputa entre os Estados. Bem, vi o tape da TV Tupi do Rio, onde passava os jogos cariocas, e a primeira vez que eu vi o Fluminense na televisão era com o uniforme tricolor, mas em preto e branco. Eu usava a minha imaginação, via o calção, a camisa… Eu tinha a minha figurinha com as cores do Fluminense, mas na tv era preto e branco. Via o Maracanã com a geral, com a arquibancada e ficava todo mundo ali, vendo jogo pertinho. Imaginava um dia jogar lá. Então é um sonho desde criança que se tornou realidade e [nesse momento, Assis engole seco e mostra como se emociona ao falar de sua história com Fluminense]… Me dá até um nó na garganta.

É um negócio muito legal, é uma identificação bem forte que eu tenho com o Fluminense.

(Continua)

Rodrigo César – o Rods

Panorama Tricolor

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Imagem P&B: Hipólito Pereira – O Globo