A dívida no banco tricolor (por Walace Cestari)

Como já disse em outras ocasiões, o primeiro semestre do futebol do Fluminense deve voltar-se à preparação para os campeonatos mais importantes que estão na segunda parte do calendário nacional. Daí decorre que vitórias e derrotas devem servir para avaliar os rumos do trabalho, as experiências táticas e as necessidades técnicas do elenco.

A vitória contra o Vasco foi alvissareira. A equipe teve boa postura e houve destaques individuais importantes, que apontavam possibilidades de organização tática e aproveitamento do potencial de vários jogadores. Estávamos diante de uma evolução do futebol apresentado contra o Criciúma, poucos dias antes.

Os jogos subsequentes do Carioquinha trouxeram resultados e pontos (tudo aquilo que não deve estar em primeiro plano neste momento), mas trouxeram certa oscilação à equipe. A magra vitória contra o arrumado Resende, em que as peças não renderam o mesmo do clássico e a vitória contra a Portuguesa, onde nada poderia ser analisado, senão a vontade de jogar em uma poça com tufos de grama.

A derrota contra o Inter – igualmente o resultado pouco importa – tem significado e dimensão diferentes. Ora, porque é derrota, vale mais? Não, nada disso. Jogamos com a equipe reserva. O teste dos reservas nos mostra que muito pouca gente dali poderá ser aproveitada ou está apta a mudar o cenário de uma partida no decorrer dela.

Precisamos de reforços que sejam opções para uma partida, ou que sirvam para cobrir a ausência de um titular contundido ou suspenso. Se nosso time titular já não é assim um primor do refinamento técnico, o time reserva não consegue nem sequer manter esse nível mediano.

Precisamos de um lateral direito reserva (até o Julião estaria melhor que Renato), volantes com saída de bola (já imaginaram quando não tivermos Douglas e Orejuela?) e um atacante de lado do campo (hoje só dá para contar com Marcos Júnior).

Marquinho ainda precisa encontrar seu futebol, mas é certo que pode ser uma peça bem útil ao Fluminense. Nogueira tem pose para um bom zagueiro, só lhe falta a experiência e os outros garotos, é claro, podem evoluir e dão opções de velocidade ao elenco. Mas ainda temos necessidade de alguém que possa conferir mais profundidade ao time.

Por outro lado, há aqueles que não dá para levar fé. Maranhão pode ser esforçado, mas há de haver muita paciência para vê-lo em campo. Já Osvaldo… Ah, não sei o que dizer. É o jogador mais inoperante que já vestiu a camisa do Fluminense nos últimos quarenta anos, pelo menos. Como gastamos um dinheiro forte por mês com ele? De graça ninguém quer? Diretoria, rescinda. Vale o prejuízo só para não tê-lo nem sequer treinando nas Laranjeiras. Uma laranja podre pode contaminar todo o resto e isso deve ser evitado.

Abel tem sido um grande observador e já conseguiu imprimir a marca da vontade, a cara de guerreiro que caracteriza o Fluminense. Não faltou vontade contra o Inter, faltou o resto. E desse resto precisaremos de vez em quando para não ficarmos apenas na vontade. Olho vivo.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Imagem: cw

1 Comments

  1. Caro Wallace: Para rescisão de contratos e contratações pontuais, é preciso dinheiro, coisa q falta no nosso Flu. Sem patrocínio master e de materiais esportivos, nos resta esperar q os atuais jogadores honrem a camisa e multipliquem esforços para manter o clube disputando as competições durante todo o 1° semestre. Quem sabe TCL, Huawei ou outra empresa, não se acertam com o Flu até maio? Enquanto isso vamos em frente com o q temos e esperemos q venham boas propostas para vender nossas jóias.

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