A dança das cadeiras (por Paulo-Roberto Andel)

Alguém vai apontar uma culpa. Ou duas. Ou várias. Pode ser tropeço, engano, ponto fora da curva. Tudo depende do sentimento e da vontade de acreditar. Então, o Fluminense está ainda na briga pela Libertadores, sem dúvidas. Agora, esta derrota para o Coritiba foi tudo, menos o que se pode chamar de surpresa.

Verdade seja dita: não recobramos um grande futebol nas partidas recentes. Vencemos quatro jogos; em três deles, o resultado foi obtido ou ratificado no fim. Tendo Conca e Wagner com tudo, mais Fred finalizando, a coisa andou. Ontem não foi assim: a rigor, o Flu só mostrou um bom futebol entre os 30 e 40 minutos do primeiro tempo, quando atacou o Coxa e quase marcou. Então, veio o lance capital (acreditem!): Elivélton se machucou, o inclassificável Fabrício entrou em seu lugar e, no primeiro lance, os donos da casa fizeram 1 x 0 num ataque rapidíssimo.

Ok, Cristóvão pardalizou na saída de Walter, mas mesmo que não o tivesse feito pouco adiantaria: lento, vago, perdido, o time pouco poderia ter melhorado. Era uma questão de mau conjunto. Carlinhos e companhia.

Entre o abafa e os chuveirinhos, a constrangedora atuação de Bruno (encerrada na infeliz agressão que recebeu no joelho), a fraquíssima arbitragem, a pouca pegada no meio de campo e a falta de criatividade, o Fluminense se perdeu na chuva do Couto Pereira. Não foi tão diferente do segundo tempo dos confrontos contra o Atlético-PR e mesmo o Goiás. Contudo, nestes jogos o resultado veio. Nem sempre tudo dá certo. Questão de detalhes.

Desesperado, o Coritiba bateu e perdeu gols. Sem inspiração, o Tricolor foi um derrotado apático. Não é que não tentasse, mas faltou o fullgás, o sprint na reta final. Punch na hora H.

Estas linhas não querem dizer negativismo ou mau humor. Tratam apenas de mais um jogo, dentre muitos deste ano de 2014, marcado pela irregularidade. E pela nossa necessidade, conjunta mesmo, de ver este Flu de agora como o líder de 2012.

Duas vitórias sobre o Vitória e estaríamos brigando pelo título.

Coletivamente, temos muita vontade de ganhar. A realidade, às vezes dura, acaba nos mostrando os defeitos que não queríamos ver nem ter. Falar das péssimas individualidades talvez não diga muito; o conjunto e a sua irregularidade, sim.

A chance do G4 existe e é ainda generosa; afinal, mesmo com a máquina emperrrada, os talentos de ocasião e os R$ 30 milhões de investimento explicam.

A necessidade de renovar o futuro é tão premente que salta aos olhos mais míopes.

Megalomanias e fanfarronices de lado. Verborragia oca de lado. O concreto já rachou. Ir à Libertadores será ótimo, desde que com outro time titular.

Ao Fluminense, não cabe o papel de figurante.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @pauloandel.

1 Comments

  1. Perfeito…O que me preocupa é a continuidade deste treinador limitado e a renovação de jogadores ultrapassados, como o cansado sóbis, que não joga em grande nível desde o período que antecedeu a copa das confederações. Nosso “professor” até hoje não percebeu que a melhor opção para o ataque é um velocista ao lado do Fred? E o Diguinho de primeiro volante e sem ritmo de jogo? O pior não será ficar fora da libertadores, mas comprometer o ano que vem inteiro. REFORMULAÇÃO JÁ!

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