A altitude de Quito (por Thiago Muniz)

Queridos e queridas amigos tricolores,

Mais uma vez vimos o capítulo da altitude se repetir contra, e novamente contra a LDU em Quito.

O Fluminense não foi pego de surpresa. Desde o dia 23 de outubro do ano passado, o clube sabia que o possível adversário seria aquele clube equatoriano, caso conquistássemos a Libertadores.

Bastava só um pouco de planejamento estratégico. Oque o Fluminense fez ao chegar no Equador com dois dias de antecedência foi um “tiro no pé”, pois além do prejuízo ao desempenho, a exposição aguda à altitude provoca mal-estar durante seus primeiros dias, como dor de cabeça, náuseas, tonturas e indisposição gástrica, entre outras. E isso foi perceptivo em campo vendo a baixa produtividade dos jogadores. Só não foi pior em campo porque tivemos 65% de posse de bola e a equipe atual da LDU, na minha opinião, é inferior ao plantel de 2008.

Ter uma margem maior de posse de bola jogando na altitude é similar a jogar de ressaca, ou seja, sem efeito nenhum. É difícil jogar, a pressão sanguínea aumenta, a pulsação também aumenta, você cansa muito mais facilmente e suas reservas energéticas são liberadas mais rapidamente do que o normal.

Para se adaptar a uma altitude, segundo o fisiologista Rogério Neves, seria necessário passar de 20 a 30 dias no local, algo totalmente inviável no futebol atual. Caso contrário, a melhor solução é chegar em cima da hora. As alterações começam a ocorrer entre seis e oito horas depois. Chegar dois dias antes não alterou em nada o comportamento orgânico dos atletas, só piorou o rendimento.

Quando chegamos a um local de elevada altitude, devemos evitar grandes esforços físicos (o que não ocorreu com o Fluminense, pois precisava treinar) e reforçar o consumo de água.

Portanto, também perdemos a partida em Quito mais por falta de planejamento eficaz contra a altitude do que propriamente uma falta de entrosamento da equipe, como alguns jornalistas estão dizendo por aí. Não foi só a arbitragem.

De toda forma, semana que vem resolvemos no Maracanã essa pendência e vamos exorcizar de vez esse clube medíocre do Equador.